Proibição do “burkíni” na França acaba impulsionando vendas
Quando o governo da França decidiu proibir o burkíni no país, a polêmica acabou fazendo mais publicidade e trazendo maior interesse na peça. Tanto é que as vendas dela cresceram. É o que garante Aheda Zanetti, a criadora do traje especial para mulheres muçulmanas.
Composto por duas peças leves e de secagem rápida que cobrem o corpo e o cabelo, o burkíni foi vetado em praias de 15 cidades francesas. O medo dos prefeitos é que o uso da peça aumente a tensão com os jihadistas, tendo em vista os ataques terroristas recentes no país. De acordo com o Le Monde, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, declarou apoio à proibição, dizendo que o burkíni não é “compatível com os valores da França e da República”.
Aheza Zanetti, australiana-libanesa, desenhou a peça polêmica há mais de uma década, procurando ajudar mulheres e jovens muçulmanas a praticarem esportes respeitando a sua religião. Na última semana, ela recebeu mais de 60 encomendas de pessoas não-muçulmanas, e disse que tem recebido inúmeras mensagens de apoio desde que o burkíni começou a ser proibido na França.
Já na Austrália e no Canadá, a peça não levantou polêmica. Segundo o The Guardian, Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense, até descartou toda a possibilidade de veto, afirmando que as pessoas devem estar acima da controvérsia, e também pedindo “respeito por direitos e escolhas individuais”.