Repórter da Globo que foi esfaqueado fala de trauma e fica emocionado
Gabriel Luiz foi atingido com golpes no pescoço, no abdômen, no tórax e na perna
Gabriel Luiz, repórter da Globo que foi esfaqueado na porta de sua casa, em Brasília, falou sobre o ataque no Encontro nesta segunda-feira, 9. O jornalista ficou emocionado com uma homenagem de seus colegas de trabalho e revelou que não pretende voltar a morar em seu antigo apartamento porque está traumatizado.
“Aquelas imagens, aquela cena, passou tanto na minha cabeça que às vezes eu fico assustado mesmo. Eu estou na casa da minha família, não quero mais voltar no lugar onde eu estava. Já sabiam meu endereço”, disse.
O repórter falou que recebeu dossiês e encomendas suspeitas em sua casa: “Tudo leva a eu não voltar mais lá pra perto. Tenho gratidão pelo o que eu vivi, mas a minha vontade é de ficar mais recluso mesmo”.
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A equipe do DF1, jornal local no qual Luiz trabalha, fez um vídeo especial com uma série de depoimentos e mensagens de apoio a ele. O repórter não segurou as lágrimas e agradeceu pelo carinho dos amigos.
“Estou com muita saudade. Um abraço e um beijo enorme pro pessoal do DF1. É continuar e se segurar, sem perder o tônus. Eu falava comigo mesmo: ‘Gabriel, aguenta o tranco que, se não, não vai dar'”, afirmou.
Na noite de 14 de abril, o jornalista de 29 anos foi esfaqueado no pescoço, no abdômen, no tórax e na perna. O profissional também foi transferido um hospital particular depois de ser operado no Hospital de Base do Distrito Federal às pressas.
O Ministério Público do Distrito Federal denunciou o suspeito de esfaquear o repórter. José Felipe Leite Tunholi, de 19 anos, foi detido e acusado de tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção de menor.
Em caso de condenação, as penas pelos dois delitos, somadas, podem chegar a 19 anos de reclusão. De acordo com as investigações, o crime foi cometido por Tunholi e por um adolescente de 17 anos, que está em uma unidade de internação para menores.
Gabriel diz que, apesar de praticar defesa pessoal, no momento do crime ele nem pensou em tem alguma reação: “Eu não tinha na hora a dimensão de tudo o que tinha acontecido. Na hora eu não percebi que era um assalto, ele me pegou pelo pescoço e eu achava que era alguém brincando. Eu faço krav magá, nem pensei em agir na hora porque imaginei que era alguém doido brincando. Aí ele começou a esfaquear e eu vi que era sério”.
“Alguma coisa dentro de mim dizia: ‘Eu não vou morrer aqui, não é agora’. Alguma coisa do universo alinhou tudo para que tudo desse certo. Os vizinhos cuidaram de mim, os bombeiros chegaram logo, e eu fui atendido pelos melhores médicos”, detalhou.