Saiba tudo sobre a polêmica de Johnny Depp no Festival de Cannes

A participação de Johnny Depp em um novo filme da diretora Maïwenn tem gerado polêmica na edição de 2023 de Cannes. Antes do evento, ocorreu um incidente em que a diretora chegou a cuspir em um jornalista.

Johnny Depp no Festival de Cannes

Nesta terça-feira, 16, o filme “Jeanne du Barry”, estrelado por Johnny Depp como Luís XV, foi exibido na abertura do Festival de Cannes, marcando o retorno do ator ao tapete vermelho depois de disputas legais com sua ex-esposa, Amber Heard.

Antes do lançamento do filme, a diretora Maïwenn admitiu ter se envolvido em um incidente em que cuspiu em um jornalista.

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“Ela é abertamente anti-#MeToo e fez um gesto para agradar seu mundo, e é por isso que ela se gabou disso na TV. Pudemos ver uma espécie de orgulho que ecoava esse mundo”, disse o jornalista Edwy Plenel à Variety sobre Maïwenn, em sua primeira entrevista desde o incidente do cuspe.

Durante uma entrevista em um talk show francês na semana passada, Maïwenn admitiu ter cuspido em Plenel. Ela confirmou o incidente e mencionou que falará sobre o assunto quando estiver pronta, destacando sua ansiedade em relação ao lançamento de seu filme.

Plenel, editor-chefe e fundador do Mediapart, um jornal online investigativo francês independente, registrou uma queixa policial em 7 de março, alegando que Maïwenn o agrediu enquanto ambos estavam em um restaurante.

Segundo relatos, a diretora, que estava sentada sozinha em uma mesa próxima, teria agarrado Plenel pelos cabelos e cuspido em seu rosto antes de sair do restaurante. Plenel, em sua denúncia, expressou estar “traumatizado com o incidente”.

Agora, Plenel revelou à Variety que acredita que Maïwenn tenha cuspido nele devido à sua insatisfação com uma investigação publicada pelo Mediapart sobre alegações de estupro e agressão sexual contra Luc Besson. Vale ressaltar que Maïwenn foi casada com Besson nos anos 1990 e eles têm uma filha em comum.

Plenel acredita que o incidente do cuspe foi um ato político de Maïwenn, uma forma de protesto contra o trabalho investigativo do Mediapart em relação ao assédio e agressão sexual na indústria cinematográfica.

O jornalista ainda afirma que a seleção do filme de Maïwenn para a noite de abertura do Festival de Cannes é uma declaração sobre a posição da França em relação ao movimento #MeToo.

“Cannes escolheu um símbolo completamente louco na seleção da noite de abertura: um filme de Maïwenn que é sobre uma cortesã em busca de poder”, diz ele. “A história que é apresentada no filme, juntamente com a escalação de Johnny Depp, seus comentários anti-#MeToo e agora essa agressão da qual ela parece estar orgulhosa e que faz as pessoas rirem na TV – isso diz alguma coisa”.

De acordo com Plenel, o apoio de Cannes ao filme de Maïwenn indica uma questão mais ampla, destacando que a indústria cinematográfica francesa não abraçou o movimento de combate ao assédio e abuso sexual.