Topmodel é hostilizada nas redes sociais após publicar foto em que aparece amamentando
A topmodel Doutzen Kroes faz parte do primeiro escalão da moda e, além de ser uma das profissionais mais bem pagas e sexy do mundo, a holandesa também trabalha em prol da Unicef, Greenpeace e outras associações humanitárias e beneficentes. No entanto, nem este currículo impressionante a deixa livre de ser alvo dos ‘haters’ da internet.
Na última terça-feira (4), Doutzen publicou em seu perfil no Instagram uma foto em que aparece amamentando sua filha Myllena de 1 ano. O clique em preto e branco que mostra com naturalidade (exatamente da maneira que deve ser) a mãe alimentando sua filha, começou a receber críticas no momento de sua publicação.
Os comentários negativos desaprovando a atitude da top diziam, entre outras coisas, que a foto era inapropriada, que ela deveria sentir vergonha e que ela estava expondo, desnecessariamente, um momento íntimo.
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A sociedade machista em que vivemos e que faz da mulher um objeto, sexualiza o corpo feminino mesmo quando o assunto é amamentação. Por conta de disso é que o ato de amamentar em público causa tanto rebuliço. Tanto isso é real, que a própria Doutzen que foi modelo da marca de lingerie Victoria’s Secret, desfilou e posou em peças minúsculas (e até nua) centenas de vezes e nunca foi hostilizada por isso.
Então fica aqui o convite à reflexão? Exibir o corpo como forma de instigar fantasias sexuais e vender uma marca é permitido, mas expor o seio durante a amamentação, não é?
Amamentação no Brasil
No país não são incomuns relatos de mulheres que são desrespeitadas em seu direito de alimentar seus filhos onde quer que estejam. Em 2013, ganhou repercussão o caso de uma mãe que foi proibida de amamentar no Sesc Belenzinho em São Paulo. Em 2014 uma mãe viveu a mesma situação no MIS (Museu da Imagem e do Som). Os dois casos geraram protestos, os mamaços, que ganharam grande apoio da população.
Por conta disso, desde abril de 2015 foi aprovada uma lei para o município de são Paulo que multa em R$ 500 estabelecimentos públicos que proibirem mulheres de amamentar seus filhos. A lei detalha que não é necessário existir uma “área segregada” para que os bebês sejam alimentados. Segundo o texto, estão dentro desta regra todo lugar, fechado ou aberto, destinado à atividade de comércio, cultural, recreativa ou prestação de serviço público ou privado. Em caso de reincidência, o valor da multa dobra.
Em 2014, o laboratório Lansinoh realizou uma pesquisa com mais de 13.000 mulheres em fase de lactação ao redor de todo o mundo. O objetivo era entender como as mulheres se sentem em relação à amamentação. O estudo mostrou que o Brasil é um dos países em que a maioria das mulheres que estão dando de mamar acreditam que oferecer o seio ao bebê em locais públicos é algo natural.
Aproximadamente 1.100 (55%) das mais de 2.000 brasileiras entrevistadas deram essa resposta. Apenas 2,5% delas acreditam que amamentar em público é algo errado ou desnecessário.
Amamentar é um ato fundamental para a vida, respeite!