Veruska Donato processa TV Globo e alega ter sofrido assédio moral
A ex-repórter trabalhou para empresa de 2000 a 2021; quando saiu da emissora, fez um post no Instagram dizendo que "adoeceu"
Veruska Donato, ex-funcionária da TV Globo, entrou na Justiça contra a emissora na última semana. Ela está cobrando supostas dívidas trabalhistas e alega ter sofrido assédio moral ligado à sua aparência, o que a fez desenvolver síndrome de burnout. A ação tem valor total de R$ 13 milhões. As informações são do Uol.
No processo, a ex-repórter pede reconhecimento do vínculo empregatício do período entre 2001 e 2019, tempo em que foi contratada como pessoa jurídica e não pelo regime CLT.
De acordo com informações da ação, o INSS constatou em outubro de 2021 a incapacidade de a repórter continuar trabalhando e ela foi afastada por 77 dias. Cinco dias depois de retornar ao trabalho, Veruska foi demitida.
Um dos documentos anexados no processo é um e-mail enviado por Cristina Piasentini, então diretora de jornalismo da Globo em São Paulo, em 2011. No texto, ela cobra o uso de roupas “comportadas”, que não tivessem marcando “barrigas persistentes” nem “estômagos avantajados”.
Veruska e seus advogados dizem que ela foi contratada em 2001, com carteira assinada. Em 2002, porém, foi demitida e recontratada no dia seguinte.
Apesar do contratada como pessoa jurídica, a repórter tinha compromissos de vínculo empregatício: trabalhava com exclusividade para a TV Globo, acatava ordens e recebia advertências.
Em um dos e-mails anexados no processo, ela é cobrada para ter “mais envolvimento”, como os colegas Walace Lara e César Galvão.
A defesa da jornalista diz que a demissão logo após o retorno do afastamento é ilegal: a lei prevê estabilidade de um ano em caso de licença por doença ocupacional.
Veruska Donato saiu da TV Globo em novembro de 2021. No texto de despedida da emissora, ela escreveu que adoeceu.