Documentário aborda como pessoas com deficiência lidam com a moda

26/07/2016 18:56 / Atualizado em 03/05/2017 14:17

O editorial de fotos do projeto busca trazer um novo olhar aos corpos com deficiência
O editorial de fotos do projeto busca trazer um novo olhar aos corpos com deficiência

De pouco em pouco, a moda caminha para a inclusão. Surgem marcas que oferecem collants e binders de vários tons de cor da pele, linhas de roupas que são desenvolvidas com o público LGBT e coleções feitas apenas em tamanhos grandes. Entre as minorias, estão também as pessoas com deficiência, que constantemente não são lembradas como consumidoras na moda.

“Nós somos corpos invisíveis para a moda”, afirma Michele Simões, estilista e autora do blog Guia do Viajante Cadeirante e do evento Fashion Day Inclusivo. Ela se tornou cadeirante após sofrer um acidente em 2006 – foi partir daí que se originou o projeto # MEU CORPO É REAL. Através de um minidocumentário, a estilista deu voz a pessoas com diferentes tipos de deficiência para falar justamente sobre como a moda não enxerga esse público como consumidores – e fazer essa indústria perceber isso. “A moda tem um padrão hegemônico. Será que é só esse corpo que existe? Então nosso corpo não existe”, diz Michele.

# MEU CORPO É REAL reúne pessoas com diferentes tipos de deficiência para falar sobre sua relação com a moda
# MEU CORPO É REAL reúne pessoas com diferentes tipos de deficiência para falar sobre sua relação com a moda

A partir dos bastidores de um ensaio fotográfico, o vídeo mostra os problemas e desejos que pessoas com deficiência enfrentam ao lidar com moda. “Todas as roupas eu tenho que ajustar. Se tenho que ajustar, é porque a indústria não está preparada para me atender”, aponta uma das entrevistadas. Outra, por sua vez, lembra a importância da representatividade: “eu gostaria de abrir uma revista e ver uma cadeirante, ver uma pessoa amputada”.

No entanto, vale observar que o # MEU CORPO É REAL busca ir ainda além: a ideia é falar sobre corpos reais como um todo. No Instagram, por exemplo, o projeto compartilha fotos de outras minorias falando sobre a relação de seus corpos com a moda. E no fim, sempre há uma reflexão em comum: afinal, para quais corpos a moda trabalha?

Assista ao minidocumentário do projeto: