Vídeo mostra a evolução da beleza brasileira ao longo de 100 anos; escolha de modelo ruiva gera controvérsia

30/10/2015 08:03 / Atualizado em 07/05/2020 00:55

O site americano Cut criou uma série de vídeos intitulada “100 anos de beleza” que retrata as mudanças nos padrões estéticos de diversos países como Estados Unidos, Alemanha, Coreia, entre outros. Para representar o Brasil, a escolhida foi a modelo Cintia Dicker.

O vídeo – que foi publicado nesta quinta-feira, 29 – mostra a gaúcha exibindo os diversos penteados que foram usados pelas brasileiras entre 1910 e 2010. Mulheres como Carmen Miranda, Rita Lee e Xuxa foram referências para os looks. No entanto, o fato de uma modelo ruiva de olhos azuis ter sido a eleita para representar a beleza brasileira, gerou bastante controvérsia e muitos internautas deixaram comentários falando a respeito.

“Que droga! Não senti nenhuma vibração brasileira! Achei que se tratasse de algum país europeu antes de ler o título”, reclamou outra internauta, no Youtube.

“Você sabe, nós somos misturados no Brasil. Nós temos 50% de descendentes negros e muitos descendentes de nativos. Como brasileiro eu posso dizer que mais de 50% da nossa população não se reconhece neste vídeo. Apenas dizendo. Mas Cintia é linda”, escreveu uma brasileira, em inglês, na página da “Cut” no Facebook.

“Vocês estão se referindo a uma beleza de uma elite branca que sempre foi e será minoria no Brasil, isso é no mínimo um absurdo. A modelo de fato é linda e brasileira, mas ela não pode sozinha representar 100 anos de beleza de um país com uma diversidade enorme de cores”, apontou outra seguidora.

Em um making of, o pesquisador Chris Chan comenta a escolha da modelo para o vídeo:

“Nenhuma modelo poderia encapsular a tremenda diversidade no Brasil ao longo da história. Cintia é uma modelo do sul do Brasil e ela pode não se parecer com o estereótipo de beleza brasileira que nós temos nos Estados Unidos. O Brasil é uma sociedade multiracial complexa e é famoso por ter mulheres bonitas”, disse.

Outra observação a respeito do vídeo, é que nenhuma mulher negra foi usada como referência. Veja todas aqui.

Confira: