Alunos produzem curta metragem para alertar sobre o desperdício na água na escola
“No princípio, havia água em abundância. Muita água, mas as pessoas não souberam usá-la com inteligência, moderação, equilíbrio e ela foi sendo aos poucos desperdiçada, atingindo limites incontroláveis”. Assim começa o curta metragem produzido pelos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Centro de Educação Integrada, em Campo Bom, no Rio Grande Sul. Nomeada de “A última gota”, a produção fala sobre a importância de economizarmos água e os impactos ambientais causados pela má utilização do recurso.
No início deste ano, algumas alunas resolveram encabeçar o projeto de audiovisual da escola, o “Curtas CEI”, no qual os jovens participam de oficinas de produção de vídeos e elaboram um curta a partir do aprendizado, resgatando temas de relevância social. “Percebemos que o problema com o lixo e o desperdício da água são os que mais preocupam os colegas aqui da escola”, conta Débora Mônica Pires, do oitavo ano, membro da equipe. Juntos os alunos criaram um plano de execução para alertar a comunidade sobre o problema temido por todos.
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Após realizarem uma pesquisa sobre a relação que as pessoas da região tinham com o lixo, os alunos descobriram que a população tratava com descaso o descarte dos materiais. Como forma de alertar a comunidade sobre os riscos e impactos ambientais negativos gerados no planeta, surgiu a ideia de produzirem uma série de curtas metragens para tratar de temas como coleta seletiva de lixo e desperdício dos recursos naturais.
O primeiro vídeo da série, “A última gota”, foi dirigido por Débora e fez tanto sucesso que, em outubro, ganhou o prêmio “Cinest” – festival internacional de cinema estudantil – na categoria meio ambiente. O vídeo traz cenas que abordam diversas formas de desperdício da água e os benefícios de economizá-la.
Os alunos estão provando que podem impactar muitas pessoas através do audiovisual. Mariana Roos, do oitavo ano, que também participa da iniciativa, explica a força do método e a relação das pessoas próximas com as produções: ” O audiovisual é uma maneira eficaz de transmitir ideias para as pessoas. Todos os pais, demais pessoas da comunidade e alunos de outras escolas conseguem participar do nosso projeto, visualizando os vídeos que produzimos”. Em relação ao futuro do projeto, a jovem é confiante. “Esperamos que o grupo cresça cada dia mais e consiga continuar divulgando mensagens positivas para nossos colegas”, diz.
O projeto de curtas começou em 2012, quando a professora Maria Denise Rohden, de História, teve a ideia de criar uma oficina de cinema com seus alunos, para que aprendessem a disciplina de forma mais interativa. De lá pra cá, o projeto foi estendido rendendo mais três produções. Em 2015, a iniciativa tomou um novo formato e ganhou a colaboração da professora Juliana Fernandes Luckmann, de Artes, e passou a ser oferecido no contra turno da escola. Os alunos recebem capacitações oferecidas por professores, com oficinas de roteiro, teatro e dramatização, fotografia e edição de imagem, filmagem e edição.
Hoje os alunos protagonizam não só os curtas, mas todas as ações do projeto. “É muito legal e interessante fazer parte do projeto, e as oportunidades que ele nos oferece, de viajar, aprender coisas novas, também são incríveis”, conta Débora, orgulhosa. Ao todo, são cem alunos inscritos que se dividem por toda a produção. Os membros se misturam e cada um contribui com uma habilidade: uns criam roteiro, outros produzem, ajudam nas filmagens, coletam dados e alguns atuam. As produções podem ser vistas por qualquer pessoa através do canal Curtas CEI no YouTube. “Saber que nosso trabalho é visto por pessoas do país inteiro e que elas podem aprender com a gente me orgulha muito”, finaliza Mariana.