BA: Estudantes fazem sabonetes para banheiro com óleo de cozinha
Por Vanessa Ribeiro do Criativos da Escola
Três colegas estudantes do Colégio Estadual Manuel Benedito Mascarenhas, em Muritiba (BA) conseguiram ajudara a diminuir um problema muito comum na escola: a falta de sabonetes nos banheiros. Elas adaptaram o método tradicional de fazer sabão com óleo de cozinha e fizeram uma receita de sabonete para as mãos que não agride a pele.
Segundo a integrante do grupo Quênia Costa, do 3º ano do ensino médio, o método é econômico: a unidade do sabonete custa 17 centavos e ajuda a escola a reduzir gastos. Para fazer uma receita segura, as alunas e a professora coordenadora do projeto, Lucineide Ramos, buscaram informações com pessoas da área. “Buscamos informações em livros, sites e com profissionais de química. Estudamos muito sobre pH* também”, explica Quênia. Já para conseguir o óleo de fritura, o grupo recebeu doações de padarias e colegas de diferentes turmas. Além disso, as estudantes participaram do bazar da escola para levantar recursos e comprar os demais produtos necessários para a produção.
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Com o sucesso no colégio, as alunas inscreveram o projeto na Feira de Ciências e Matemática da Bahia (FECIBA), de 2015. Segundo elas, o incentivo dos demais estudantes também tem contribuído para o entusiamo do grupo, que pretende para dar continuidade à iniciativa. “Os outros alunos gostaram. É muito bom saber que o projeto pode ir para frente”, conta Gilvânia. E completa: “todas as pessoas que ficaram sabendo do nosso projeto gostaram muito, foi ótimo ter esse apoio”.
Como surgiu a ideia
“Conversando sobre importância de lavar as mãos, percebemos que não havia sabonete nos banheiros da escola”, explica Quênia. Para a professora Lucineide Ramos, a falta de recursos financeiros foi o principal fator para esta situação: “a nossa dificuldade era o dinheiro”. Ainda que a gestão educacional enfrente dificuldades orçamentárias, a garantia de materiais como o sabonete é essencial para a higiene dos estudantes. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria das infecções podem ser prevenidas com o ato de lavar mãos.
Aproveitando a realização da feira de ciências da escola, as alunas propuseram adaptar uma receita de sabão já produzido pelo grupo de preservação ambiental do colégio. “Eu estava fora da sala de aula e elas disseram que queriam tentar fazer uma receita para sabonete”, lembra Lucineide.
Além de apontar o problema financeiro da escola, o projeto contribuiu para que outros alunos e membros da comunidade observassem a questão ambiental a ser enfrentada. “O maior desafio foi mostrar para todos a importância de reutilizar o óleo, pois não sabiam que algo tão poluidor poderia servir para higienização e renda”, conta Quênia. Além da importância da higienização, o tema ganha relevância, entre outras coisas, ao se considerar que um litro de óleo descartado de maneira incorreta é o suficiente para contaminar cerca de 20 mil litros de água.
Segundo a professora Lucineide, a melhoria da auto estima é a maior vantagem do projeto. “Agora os alunos estão utilizando algo produzido pelas alunas e na própria escola. Isso é um motivo de orgulho e felicidade”, declara. Além de planejarem repetir a iniciativa no segundo semestre deste ano, as estudantes pretendem aprimorar a ideia, deixando o sabonete mais aromático e consistente para melhor uso dos colegas da escola.
*PH: O Potencial Hidrogeniônico (PH) é um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade e deve ser analisado na produção de sabonetes, indicando se é adequado ou não para o contato com a pele humana.
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