Comer também é aprender: como a alimentação na escola faz parte do processo de aprendizagem integral da criança

24/05/2016 16:32

Na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Julitta Prado Alves de Lima, para incentivar a autonomia das crianças na escolha dos alimentos e da quantidade, a escola implantou um sistema de self-service.
Na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Julitta Prado Alves de Lima, para incentivar a autonomia das crianças na escolha dos alimentos e da quantidade, a escola implantou um sistema de self-service.

Pela perspectiva da educação integral, o desenvolvimento da criança, um ser multidimensional, acontece ao longo de toda a sua vida, e permeia todas as suas experiências, inclusive a hora de comer e a relação com os alimentos. Nesse sentido, muitos especialistas defendem que o momento da alimentação nas escolas é uma extensão da proposta pedagógica e deve além de orientação, e e da formação dos hábitos alimentares saudáveis, deve buscar o diálogo com os valores culturais, sociais e afetivos, além dos emocionais e comportamentais da criança.

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Para a nutricionista Vanessa Manfre, consultada pelo Centro de Referências em Educação Integral, o tema deve estar presente transversalmente no currículo da escola. “Eles aprendem a ter autonomia, a pensar sobre a importância de variar a composição do prato, a refletir sobre o desperdício dos alimentos”, explica a especialista.

Pratos de louça, talheres de metal e copos de vidro: a escola valorizando o momento de comer
Pratos de louça, talheres de metal e copos de vidro: a escola valorizando o momento de comer

Neiva Melo, professora de educação infantil da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Julitta Prado Alves de Lima, de São Paulo, conta que havia resistência das crianças aos pratos servidos prontos. Então, para repensar o momento da alimentação, a escola implantou um modelo self service. Sem deixar de incentivar a escolha das crianças por alimentos desconhecidos, com o novo modelo, a escola passou a incentivar a autonomia da criança, para que ela decida o que e a quantidade colocará em seu prato.  

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Outra estratégia para modificar essa relação foi abandonar o uso de pratos de plástico e inserir os de vidro. ”Além de serem mais higiênicos, e comporem melhor com a apresentação da alimentação, precisamos seguir o que eles têm em casa, não dá pra escola ficar no passado”, reflete a educadora. Na opinião de Vanessa, o uso dos talheres e a manipulação dos utensílios também é parte desse processo de aprendizagem e devem ser indicados de acordo com a fase do desenvolvimento das crianças. “O uso de talheres e pratos e copos de vidro é uma questão de reconhecimento, valorização, de acolhimento por parte da escola”, reforça.

Com informações de Centro de Referência em Educação Integral.