Respeito à diversidade: livros que valorizam a cultura afro-brasileira para ler com seu filho
A leitura é capaz de ampliar a reflexão a respeito de assuntos diversos e é justamente na infância o momento certo para estimular este hábito. Através da leitura, a criança não apenas desenvolve a imaginação e a criatividade, como também adquire cultura, conhecimento, valores e exercita seu senso crítico.
Com tantos benefícios que envolvem a leitura para os pequenos, é importante introduzi-los a assuntos que o ajudarão a entender como o respeito à diversidade e o combate ao racismo e a intolerância são fundamentais na vida de cada ser humano.
E é assim, através do conhecimento, que preconceitos são desconstruídos fazendo com que o mundo se torne um lugar mais justo para todos.
- Junho no Sesc Santo André: Celebração da Música Brasileira em Grandes Encontros
- Unesp disponibiliza mais 14 livros para download gratuito
- Uber oferece viagens grátis para atrações que celebram cultura negra
- OSSA faz apresentação gratuita neste final de semana em Santo André
Pensando nisso, fizemos uma seleção de livros destinados ao público infantil que são protagonizados por personagens negros e exaltam a cultura africana de maneira sensível, criativa e inteligente.
As sinopses foram produzidas pelo site A Taba.
Confira!
Aos poucos, as ilustrações de Biel Carpenter vão revelando ao leitor quem ela é: pele negra, lábios grossos, roupa estampada. É no sítio da avó, onde passa as férias, que a menina descobre o “tipo de princesa” que é. Um banho de água perfumada e flores amarelas lançadas no rio, sob as bênçãos da avó, revelam sua identidade e a colocam em contato com seus ancestrais e herança cultural. A menina, que no início da narrativa apresenta-se com o nome Stephanie, descobre-se Odara. Inspirado na mitologia e história africanas, o autor apresenta nas últimas páginas do livro um breve texto informativo no qual relaciona e descreve personalidades africanas que têm alguma relação com o Brasil, como Nzinga Mbandi, rainha de Ndongo e Matamba, atual Angola, e Oxum, orixá que simboliza a feminilidade.
Neste livro, dois amigos – um negro e um branco, ou um “marrom” e um “cor-de-rosa” nas palavras do autor – crescem juntos, compartilhando questionamentos importantes, próprios da infância. Boa parte da narrativa gira em torno das dúvidas inicialmente científicas acerca das cores – nos lápis de cor ou no Disco de Newton – metáforas para a descoberta que os dois fazem sobre a diversidade humana, expressa não apenas na cor da pele, mas também no comportamento e nas histórias de vida de cada um. Com referências a canções e poemas de intérpretes e autores renomados, como Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade, O menino marrom possibilita ao leitor uma reflexão bem-humorada, com uma pitada de lirismo, acerca da amizade e das diferenças.
Algumas conquistas da atualidade que parecem comuns aos jovens negros – como pessoas de cores diferentes poderem caminhar e frequentar os mesmos ambientes -, são fruto da resistência e da coragem dessa costureira e desse jovem pastor. Sozinhos, não mudaram o mundo, mas certamente, sua força e coragem inspiraram muitas pessoas a se unirem em torno de sua luta. Embora celebre as conquistas que marcaram o início das mudanças na política racial nos EUA, o livro também aponta que Rosa e Martin abriram algumas portas, mas há ainda um longo caminho para que o preconceito e a discriminação possam ser vencidos em todo o mundo.
Em todos os tempos e culturas, os cabelos marcam a identidade de diferentes povos. A presença ou a falta deles foram e são sinônimo de força e beleza. Mas, também de preconceito e violência. Domá-los ou soltá-los? Enfeitá-los, chamando a atenção, ou cobri-los? Deixá-los ao natural ou mudar a sua forma? Para Ritinha, essas dúvidas não são um problema, mas possibilidades. Para ela, cada dia da semana é um convite a experimentar um novo jeito de ser e de se apresentar ao mundo a partir de seus cabelos. O texto rimado, brinca com a sonoridade das palavras e apresenta ao leitor – pouco a pouco – diferentes penteados que reforçam e valorizam a beleza afro-brasileira.
Com extrema graça e delicadeza, a autora nos apresenta uma menininha negra com olhos de azeitona e cabelos de noite. Essa fada do luar encanta os leitores e também o coelho branco que não se cansa de perguntar qual o segredo para ela ser tão pretinha. Entre as respostas engraçadas da menina, o coelho finalmente entende que a cor vem da genética: a mãe, a avó e, assim, vai seguindo a genealogia até perder de vista os parentes… Então, o coelho trata logo de arrumar uma coelha pretinha para poder procriar e ter muitos filhotes de muitas e diferentes cores: branco bem branco, branco meio cinza, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma bem pretinha, que será afilhada da menina. Um encanto de livro que aproveita a tradição oral, numa fala coloquial e familiar que pode ser facilmente absorvida pelas crianças que, mesmo não alfabetizadas, se divertirão ouvindo essa homenagem à beleza negra.
Passeando pelo imaginário africano, a autora, por meio de histórias contadas pela personagem Preta, aborda questões ligadas às africanidades. De modo crítico, a autora discute temas, tais como igualdade e diferença, continente africano, tráfico negreiro, preconceito racial etc. Apresenta ainda mitos, fala sobre os griots, os contadores de histórias “oficiais” e sobre o candomblé. Os temas, abordados de modo cuidadoso, expõem a importância da cultura negra, contextualizando sua presença na realidade brasileira. O livro é ilustrado por Laurabeatriz, representando de modo certeiro as narrações de Preta.