Aos 78 anos, peruqueira das estrelas ajuda na autoestima de mulheres

 
Créditos: ©Tinho Sousa
 

Nilta Murcelli conta que a paixão por cabelos vem desde pequena, quando penteava suas bonecas e arriscava uns cortes. Mas foi aos 20 anos, na garagem de casa, que ela começou a fazer penteados nas vizinhas. “Enrolava bobes e fixava com cerveja e, como não tinha secador, só soltava no outro dia”, relembra.

O sucesso foi tanto que seu sogro investiu a primeira aposentadoria num secador para ela. A clientela cresceu, e Nilta foi profissionalizar-se na Escola Akatoshi. Já no ano seguinte, em 1965, ganhou seu primeiro concurso, no programa Silvio Santos, com o penteado “A Praça do Roni Von”, todo feito com cabelo natural.

“Como nos anos 60 as perucas eram de fios sintéticos, essa conquista me ajudou a aumentar o número de clientes e pude então abrir meu próprio espaço.” Mas foi nos anos 70 que o rabo de cavalo usado por Wanderléa impulsionou seu negócio. “Como muitas mulheres não tinham nem comprimento nem volume, criei apliques.”

Em 1978, Nilta foi sorteada para participar de um concurso na Alemanha, patrocinado pela Wella, e realizou o sonho de conhecer a Europa. Aproveitou e fez um curso de trança enraizada. O sucesso do novo penteado foi tanto que a cabeleireira viajou por todo o Brasil, Argentina e Uruguai, ministrando cursos.

Mas foi em 1991, quando recebeu a proposta para comprar um salão na rua Augusta, que já trabalhava com perucas e prolongamentos, que Nilta virou referência para atrizes na composição de personagens e também por pessoas com doenças ou em tratamentos que provocam queda dos cabelos.

 
Créditos: Picasa
 

A cabeleireira com Claudia Raia, que usou peruca no musical “Cabaret”

“A peruca ajuda na autoestima. Muitas mulheres chegam ao salão achando que não vão conseguir usar peruca, mas depois que experimentam acabam gostando, ao ver que ficam supernaturais”, afirma. A grande novidade, revela, é o aplique instantâneo com fixação de fio de náilon. “É superprático e fácil de colocar.”

Viúva, Nilta diz que trabalha em média 8 horas por dia, de terça a sábado. “Amo o que faço e é o que me faz feliz. Enquanto tiver forças, não deixarei de trabalhar.” Aos domingos e segundas, ela diz que aproveita para “curtir a família” _ a filha, as duas netas e as três bisnetas.

Aos 78 anos, ela acredita que a maturidade traz sabedoria. “A vida é feita de momentos bons e ruins, mas o mais importante é sempre pensar positivo e não deixar que nos momentos difíceis da vida a amargura entre no nosso coração.”

Em parceria com qsocial