85% dos profissionais afirmam que a empresa pratica algum tipo de discriminação

Por: Catraca Livre

85% dos profissionais afirmam que as organizações em que trabalham praticam, frequentemente ou às vezes, algum tipo de discriminação (racial, social, sexual, etária, quanto a doenças etc.). Esse foi um dos resultados revelados por uma pesquisa realizada pelo CPDEC – Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada, em parceria com o NEIT – Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia da Unicamp.

Na pesquisa ‘Ética nas Organizações’, foram entrevistados 812 profissionais de diversos segmentos, que trabalham em empresas públicas, privadas ou de capital misto. A maioria deles está inserida no mercado de trabalho há mais de uma década (73%) e atua em empresas de grande porte (57%) que contam com mais de 1.001 funcionários. 87% dos entrevistados exercem cargos de liderança, sendo que 68% são diretores ou gerentes.

Outros resultados revelados pelo estudo:

  • 55% das pessoas responderam que as empresas adotam, frequentemente ou às vezes, comportamentos inadequados, tendenciosos ou de interesses pessoais, nos processos de seleção, contratação, promoção ou desligamento de funcionários;
  • 41% dos respondentes disseram que a empresa já propôs, ao menos uma vez, reuniões em locais impróprios, como bares e casas noturnas;
  • 51% dos entrevistados responderam que as empresas mentem, com frequência ou às vezes, para clientes, fornecedores e público em geral, visando interesses próprios;
Discriminação nas empresas ainda é uma realidade

De acordo com o estudo, atitudes antiéticas não costumam ser reportadas porque as pessoas temem retaliação por parte de colegas ou gestores (97%) e/ou acreditam que nenhuma ação corretiva será tomada (94%). Além dessas razões, o receio de que a confidencialidade não seja mantida é apontado por 92% dos respondentes, ainda que a empresa tenha ferramentas para que os funcionários comuniquem certas situações de forma anônima (o estudo mostrou que 66% das empresas disponibilizam tais mecanismos).

“Os dados evidenciam que apenas criar ferramentas desse gênero não é suficiente porque, na prática, não existe credibilidade no processo. As empresas devem criar formas mais eficazes de ouvir seus profissionais, sem que eles se sintam desconfortáveis ou receosos”, explica Rodnei Domingues, diretor do CPDEC e um dos coordenadores da pesquisa.

Mais detalhes e dados revelados no estudo sobre ética nas empresas podem ser acessados neste link.