Férias brincando na cidade: é proibido subir em árvores nos parques, mas nas praças a brincadeira está liberada!
Chegaram as férias e com elas o esforço dos pais em fazer que com os filhos ocupem o tempo fora da escola com atividades educativas e dirigidas. É comum que as famílias tentem reproduzir o modelo de vida dos adultos, com compromissos agendados. E já falamos aqui no Catraquinha que o tempo de brincar é tão essencial quanto o tempo de estudar.
Para reforçar essa ideia e falar mais sobre isso, conversamos com Ana Cláudia Arruda Leite, coordenadora da área de Educação e Infância do Instituto Alana. A organização mantém projetos que trabalham pela garantia de condições para a vivência plena da infância.
Antes de qualquer coisa é importante ressaltar que o brincar é a linguagem universal da criança. “Essencialmente na primeira infância, até os 6 anos, é fundamental que o momento de brincar seja garantido. É uma oportunidade da criança conduzir o seu interesse e seu tempo”, defende Ana Cláudia Arruda Leite.
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Para a pedagoga, os parques, praças, os espaços públicos são os locais ideais para as crianças que moram na cidades brincarem livremente. A má notícia para aquelas que residem na cidade de São Paulo, é que existe uma lei que as proíbe subir nas árvores dos parques municipais. Já nas praças, a brincadeira é permitida. Segundo a assessoria de imprensa da Coordenação das Subprefeituras, a única proibição é que se danifique as árvores. Então, se a escalada ocorrer sem prejuízo à vegetação, a diversão está liberada!
Outra vantagem dos espaços públicos é que eles são uma oportunidade de conhecer crianças de outras idades aprender com elas, uma vez que na escola o contato, na maioria das vezes, se dá apenas com crianças da mesma faixa etária.
E quem não brinca?
“Muitos estudos já comprovaram que o aparecimento das ‘doenças modernas’ como déficit de atenção e hiperatividade, surgem da falta de contato com a natureza”, sustenta Ana Cláudia.
A questão fundamental é que o ato de brincar possibilita o desenvolvimento integral (nos campos físico, intelectual, emocional e social) das crianças. Além disso, os pequenos desenvolvem sua autonomia e percebem seus limites. “Ao escalar uma árvore, subir num tronco, a criança descobre seus medos e desenvolve a auto-confiança. Se o adulto dirige essa ação, como na aula de educação física, por exemplo, a criança não tem essa possibilidade”.
Livres, os pequenos também conseguem se conhecer. “O que me deixa curioso? Do que eu tenho medo?. Por fim, a criança que não se mexe, que não usa o corpo tem mais probabilidade de ficar obesa e de ter doenças como stress, “pois elas ficam contidas e não expressam sua linguagem corporal, própria das crianças, finaliza Ana Cláudia.