7 motivos para lutar contra o assédio no Carnaval

Passadas de mão, beijos à força e outras investidas sem consentimento não podem ser encaradas como algo natural no Carnaval

10/02/2016 18:40 / Atualizado em 07/05/2020 02:12

Para lutar contra o abuso sexual durante a folia, o Catraca Livre lançou a campanha #CarnavalSemAssédio, idealizada em parceria com a Revista AzMina, os movimentos #AgoraÉQueSãoElas e Vamos Juntas?, o Bloco Mulheres Rodadas, a advogada de direitos humanos Andrea Florence e a arquiteta e urbanista Marília Ferrari.

Com a repercussão da campanha nas redes sociais e nos blocos de rua, selecionamos 7 motivos que mostram por que é importante abordar o tema e discutir a violência de gênero no Carnaval – e em qualquer outra época do ano.

 
 

Confira a lista abaixo:

1) 61% dos homens acham que mulher solteira no Carnaval não pode reclamar de ser cantada

Uma pesquisa realizada pelo Data Popular, como contribuição à campanha #CarnavalSemAssédio, mostra que a maior parte dos homens ainda é machista em relação à participação de mulheres nas festas de rua.

De acordo com o levantamento, 61% dos homens abordados afirmaram que uma mulher solteira que vai pular Carnaval não pode reclamar de ser cantada; 49% disseram que bloco de rua não é lugar para mulher “direita”; e 56% consideram que mulheres que usam aplicativos de relacionamento não querem nada sério.

Os dados foram registrados entre os dias 4 e 12 de janeiro, com 3.500 brasileiros com idade igual ou superior a 16 anos, em 146 municípios.

 
 

2) Algumas pessoas continuam reproduzindo comentários machistas nas redes sociais

Nos posts e imagens da campanha no Facebook, o Catraca Livre recebeu inúmeros comentários machistas de leitores que não entenderam a necessidade de lutar pelo respeito às mulheres durante a folia. Veja alguns abaixo:

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  - Heloisa

3) Duas mulheres foram vítimas de agressões físicas no Carnaval deste ano

No meio da folia, nem tudo é alegria. Durante o Carnaval, duas mulheres foram agredidas em blocos de rua após reagirem ao assédio sexual.

O primeiro caso ocorreu na noite de sexta-feira, dia 5. A nutricionista Ludmylla de Souza Valverde, de 27 anos, foi agredida com um copo por “dar um fora” em homem que assediou a ela e sua irmã durante o circuito Dodô (Barra-Ondina), no Carnaval de Salvador. Saiba mais aqui.

O segundo caso aconteceu nesta sexta-feira com uma integrante do Bloco Mulheres Rodadas, também idealizadora do #CarnavalSemAssédio, que levou um soco ao tentar defender uma vítima de assédio em ônibus lotado no Rio de Janeiro. Confira o relato.

 
 
Ludmylla foi agredida após defender sua irmã de assédio[/img]

4) Os relógios de rua da cidade de São Paulo entraram na campanha

A iniciativa também ganhou as ruas. A empresa JCDecaux publicou a hashtag #CarnavalSemAssédio nos relógios da capital paulista durante o feriado – de sexta-feira (5) até terça-feira (9).

 
 

5) O #CarnavalSemAssédio teve o apoio de artistas e personalidades

Chico Buarque, Nando Reis, MC Carol, MC Soffia, Karol Conka, Cauã Reymond, Gregorio Duvivier, Pitty, Sidney Magaln e Juliana Paes estão entre os famosos que apoiaram o #CarnavalSemAssédio nas redes sociais.

Veja a lista na íntegra.

 
 

6) A ONU Brasil e outras instituições também compartilharam a hashtag

Além do apoio de personalidades, a campanha também contou com a participação da ONU Mulheres Brasil e de órgãos públicos de todo o país.

Confira a lista completa.

 
  - Heloisa

7) Para quem ainda não entendeu a importância do tema, selecionamos um guia que mostra as diferenças entre paquera e assédio

Como parte do #CarnavalSemAssédio, a Revista AzMina divulgou um guia prático e didático sobre as diferenças entre paquera e assédio sexual durante a folia.

Leia aqui o manual na íntegra.