Após polêmica sobre perseguição religiosa, mãe de santo ressalta: “Tempo de cativeiro já foi”

Polêmica envolvendo foto com filha de Henri Castelli gera discussão: foi mais um caso de preconceito religioso?

12/05/2015 18:16 / Atualizado em 04/05/2020 17:20

Nos últimos anos, religiões de matrizes africanas como a umbanda e o candomblé se tornaram alvo de perseguição religiosa, em episódios que resultaram na expulsão de mães de santo de favelas, além de censura contra terreiros em diversas regiões do Brasil, entre outras ações de intolerância.

Recentemente, uma polêmica envolvendo a filha do ator umbandista Henri Castelli, que posou em uma foto com a Mãe Neide Oyá D’oxum, gerou indignação da ex-mulher, a assessora Juliana Despírito. Seria mais um caso de preconceito ou simples problema entre o ex-casal?

Após ver a imagem da filha junto à mãe de santo, a assessora usou seu perfil no Instagram para desabafar “Minha filha foi presente de Deus… Ela não pertence a nenhum outro espírito que não seja o Espírito Santo de Deus! Ao invés de falar de amor e bondade, seja de verdade! Pare de fingir o que você não é! Não adianta ser bonito por fora quando é escuridão por dentro! Eu sou mãe e sou eu que cuido”, disse ela.

Em resposta, Mãe Neide decidiu se posicionar contra as palavras da assessora e ressaltou o papel da constituição na defesa das religiões afro-brasileiras. “O tempo do cativeiro JÁ FOI (sic). Hoje não precisamos mais nos esconder. E além disso, temos LEIS que olham por nós. Estamos amparados pela legislação brasileira e aqueles que nos insultam, ofendem e difamam podem responder em juízo. Estamos em um país laico. Os menos avisados podem verificar a Constituição Brasileira – Artigos 215 e 216, bem como o Estatuto da Igualdade Racial – Cap. III, Artigos 23 e 24. (Disponível em: www.planalto.gov.com). Para nós, maior do que DEUS, NINGUÉM. Nossa religião, a umbanda traçada com Nagô, cultua os Orixás africanos e entidades iluminadas. Infelizmente, a energia negativa dos seres humanos acaba encharcando o cotidiano de maldade e do preconceito de todo um passado (e presente) de repressão. Continuamos sempre com muita fé e amor no coração. Que Oxalá abençoe a todos. Axé! Mãe Neide Oyá D’Oxum“, escreveu.