Brasileiro é vítima de racismo de capitão da seleção da Bulgária

O brasileiro Eli Marques contou que ouviu xingamentos racistas por parte do capitão da seleção em partida

Eli Marques (esq. ) e Svetoslav Dyakov

Mais um caso de racismo está repercutindo nos últimos dias, desta vez novamente envolvendo o futebol europeu.

O zagueiro Eli Marques relatou que, durante uma partida entre o seu clube, o Oborishte, contra o Ludogorets II, ouviu xingamentos racistas de Svetoslav Dyakov, capitão da seleção da Bulgária que joga no segundo time.

Em uma carta aberta divulgada à imprensa local e também publicada no Facebook, o brasileiro de 35 anos diz o que ouviu do capitão:

“Macaco, você está vindo da floresta no Brasil para fingir que é humano”, disse Dyakov, segundo Eli.

O meio-campo búlgaro vestiu a camisa de sua seleção 34 vezes desde 2012.

“Eu só quero que as pessoas saibam que tipo de pessoa é o capitão da equipe nacional da Bulgária e qual é a sua mentalidade, mesmo que ele jogue em uma equipe onde a maioria dos jogadores são estrangeiros!”, escreveu o brasileiro.

Ele vive há 10 anos na Europa com a família e já passou por 11 clubes búlgaros. “Vivo na Bulgária, pago os meus impostos, minha família está aqui e não acho que mereço tal tratamento”, finaliza o jogador.

Segundo a agência Reuters, tanto Dyakov quanto o seu time negaram veementemente as acusações. Ainda de acordo com a mesma reportagem, a Federação Búlgara de Futebol e clubes do país já sofreram com punições por casos de racismo nos últimos anos.

Veja o post completo do jogador brasileiro:

“Macaco, você vem da floresta no Brasil para fazer fingir que é humano”. Estas são as palavras de Svetoslav Dyakov no jogo entre Oborishte e Ludogorets2. Eu moro aqui há 10 anos, a minha família está aqui e minha esposa têm dois filhos e muitos amigos! Eu sei que há pessoas que não gostam de mim, mas até agora nunca aconteceu de alguém me insultar de modo nenhum. Não estou provocando-o de qualquer forma. Só quero que as pessoas saibam que tipo de pessoa é o capitão da equipe nacional da Bulgária e qual é a sua mentalidade, mesmo que ele jogue em uma equipe onde a maioria dos jogadores são estrangeiros! Em vez de definir um exemplo para jovens meninos que jogam com ele, ele ofende sem nenhuma razão, e esses insultos não eram apenas para mim!

Eu vivo na Bulgária, pago impostos aqui, minha família está aqui e eu não acho que merecia tal tratamento. Não importa quem é quem, o que vem antes de tudo é o ser humano e devemos respeitar tanto em campo quanto fora dele!”.

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