Catadora diz que ‘amava lixão’ após mudar para casa própria
A catadora Aparecida Margarete de Souza demorou 11 anos para conseguir uma casa própria. Hoje, mora em um prédio há 4 anos. Ainda assim, afirma que preferia seu antigo lar: o lixão, de onde tirava o sustento de sua família.
Em reportagem à Folha de S. Paulo, Aparecida conta sua trajetória. Aos oito anos, já frequentava o lixão de Alvarenga, em São Paulo, onde brincava e recolhia retalhos de tecidos para sua mãe costureira.
No entanto, com 12 anos, a razão de ir ao lixão mudou. Depois que seu pai sofreu um derrame e teve que parar de trabalhar, a então menina teve que arranjar uma maneira de ajudar a sustentar sua família.
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Por mais de 20 anos, utilizava o local como fonte de renda, roupas, brinquedos, presentes e até alimento. Em 2001, o lixão de Alvarenga fechou e, assim, acabou com o trabalho de Aparecida, de outros adultos e com a moradia de mais de 100 crianças.
Depois da desocupação, ela e outras 50 famílias foram transferidas para um alojamento em São Bernardo do Campo. A prefeitura tinha prometido uma moradia para cada uma delas, mas 11 anos se passaram e nada.
Atualmente, trabalha com reciclagem em uma cooperativa e realizou o sonho de ter a própria casa, mas ainda sente saudade do lixão, onde construiu sua vida e sua história.