Com Marielle Franco, tentaram calar a voz de 46.502 eleitores
Já é possível afirmar que Marielle foi vítima de um poder clandestino que se vale da certeza da impunidade para agir
Ao menos quatro projéteis acertaram em cheio a cabeça de Marielle Franco, em uma emboscada ao carro em que ela estava na noite desta quarta-feira, 14. A vereadora do PSOL, que foi a quinta mais votada no Rio de Janeiro em 2016 e estava em seu primeiro mandato, não resistiu.
Marielle era mais do que vereadora. É mãe de Luyara, de 18 anos. Defensora dos direitos humanos, lutava pela causa negra e pelo feminismo e era uma liderança atuante dos moradores da Maré, onde nasceu. Foi nomeada relatora da comissão da Câmara Municipal que vai fiscalizar a intervenção militar na cidade. Denunciava a ação violenta de policiais.
Embora a investigação do crime ainda esteja no início, já é possível afirmar que Marielle foi vítima de um poder clandestino que se vale da certeza da impunidade para agir livremente e, neste caso, de um bônus: criar uma onda de medo que cale, ou tente calar, a voz de 46.502 cidadãos do Rio que a elegeram.
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Os tiros direcionados a Marielle atingiram não somente esses 46.502 eleitores, mas todos o que defendem preceitos básicos de cidadania e convívio em sociedade. Passada a comoção por uma morte tão violenta, será o momento de retomarmos as lutas defendidas pela vereadora e de cobrarmos uma investigação séria sobre o assassinato.
Após as tantas e belas palavras ditas por presidente, governador e prefeito, como sempre acontece em casos como este, teremos também de cobrar resultados.
Com Marielle, a democracia brasileira morre (mais) um pouco. e a impunidade se fortalece. Como ela mesma perguntou: até quando?
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