Copa 2018: Fifa garante que LGBTs poderão se manifestar

22/03/2018 20:51 / Atualizado em 05/05/2020 10:05

Ativistas protestam em São Petersburgo após lei contra a exibição de símbolos LGBT entrar em vigor em toda a Rússia, no ano de 2013
Ativistas protestam em São Petersburgo após lei contra a exibição de símbolos LGBT entrar em vigor em toda a Rússia, no ano de 2013

Embora a homossexualidade não seja considerada crime na Rússia, o país governado por Vladimir Putin mantém postura ortodoxa em relação à comunidade LGBT. Quando foi anunciado que o país sediará a Copa do Mundo de 2018, entidades de direitos humanos se manifestaram de forma contrária, temendo que o país proíba manifestações que façam referência à diversidade sexual, usando como base a lei contra a “propaganda gay”.

Institucionalizada em 2013, por decisão do Kremlin, manifestações homoafetivas ou em apoio às lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros são terminantemente vetadas pelo governo. A maioria da população russa também criminaliza relações homossexuais.

Entretanto, durante a Copa, a Rússia não deverá proibir que o público que for assistir aos jogos se manifestem nas ruas ou estádios contra a postura retrógrada do país, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

Segundo informa, bandeiras arco-íris (símbolo do movimento LGBT) serão liberadas nas arquibancadas ou nas celebrações públicas. “Definitivamente não haverá nenhum tipo de banimento para quem usar símbolos com as cores do arco-íris na Rússia. Está claro que qualquer um poderá vir aqui e não ser multado por expressar os seus sentimentos”, afirmou Alexei Sorokin, CEO do Comitê Organizador Local.

“Membros do público poderão sim levar as bandeiras com a cor do arco-íris, mas logicamente a Fifa e o COL podem rejeitar as que não seguirem o padrão de tamanho. Se as bandeiras forem exibidas junto com algum tipo de mensagem, avaliaremos o caso”, informou a Fifa.

HOMOFOBIA

Em 2017, a Chechênia, região de maioria muçulmana que compõe parte da Federação Russa, foi acusada de perseguir homossexuais, ou homens suspeitos de serem homossexuais, e prendê-los em campo de concentração. Tanto o presidente checheno, Ramzan Kadyrov, quanto o Kremlin negam as acusações.

Ramzan Kadyrov tem lançado uma campanha contra a comunidade LGBT na Chechênia
Ramzan Kadyrov tem lançado uma campanha contra a comunidade LGBT na Chechênia

Em comunicado à imprensa internacional, Svetlana Zakharova, diretora de comunicação da ONG Russian LGBT Network, informou que “a Rússia não é um país seguro para homossexuais se assumirem abertamente. Existe ainda um nível de ódio muito grande. As pessoas podem ser atacadas nas ruas e nos estádios e por isso devem ser cuidados”, alertou.

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