Em visita a morador de rua, Doria diz que condena atitude da GCM
Agressão a Samir Ali Ahmed ocorreu durante operação para recolher objetos deixados por moradores de rua; remoção de cobertores e colchões é autorizada pela gestão João Doria
Após ter sido agredido por um agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM), o morador de rua Samir Ali Ahmed, 40, recebeu a visita do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), junto ao anúncio de que ele e sua companheira, Mirella Nunes Ramos, 37, ganhariam uma oportunidade de emprego.
Em um vídeo divulgado na página de Doria no Facebook, o prefeito diz que condena a agressão sofrida pelo morador de rua e afirma que os agentes envolvidos serão afastados.
Na publicação, o tucano não informou qual será o emprego do casal. A preparação para a vaga começará na segunda-feira (8), segundo o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, que acompanhou Doria na visita ao abrigo em que o casal está, no Brás, região central.
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A agressão contra Samir ocorreu na quarta-feira (3) próximo ao Metrô Conceição, na zona sul da capital, durante uma operação da prefeitura para recolher objetos deixados por moradores de rua. Toda a ação foi gravada por um estudante que passava pelo local na hora.
As imagens mostram três guardas encurralando Samir na tentativa de abordagem. O morador de rua pede aos agentes que não levem seus pertences embora. “Não leva meus bagulhos, não. Eu não tenho nada”, diz. Ele teve o punho quebrado.
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Caso isolado?
Em conversa com Samir e Mirella, o prefeito chamou de “muito condenável” e “absolutamente covarde” a agressão praticada pela GCM. “Infelizmente existem situações de exceção”, afirmou.
No entanto, logo no começo do ano, Doria fez alterações no decreto de zeladoria urbana criado na gestão Fernando Haddad (PT), deixando a população de rua ainda mais vulnerável.
Entre as mudanças formuladas pelo tucano, foi retirado o veto à remoção de colchões, papelões, colchonetes, cobertores, mantas, travesseiros, lençóis e barracas desmontáveis. O decreto anterior não permitia esse tipo de apreensão.
Contra esse novo texto publicado no Diário Oficial em 21 de janeiro, o projeto Minha Sampa criou uma petição chamada Não Tire Meu Cobertor, na qual pede a revogação do novo decreto autorizado pelo tucano.
“O Decreto Nº 57.581 parece igual ao que já estava em vigor, mas na verdade traz mudanças significativas. (…) É por se tratar da parcela mais vulnerável da população, que precisamos pressionar imediatamente o prefeito para que ele volte atrás e garanta a proteção e os direitos da população de rua”, diz o texto da petição. Assine aqui.
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