Empresário alega que destruiu documentos a mando de Lula

O ex-presidente Lula teria mandado que o empresário destruísse documentos de propina

Dando prosseguimento aos depoimentos sobre o tríplex no Guarujá que seria da família do ex-presidente Lula , o juiz Sérgio Moro ouviu nesta quinta-feira, 20, o depoimento do empresário Léo Pinheiro. Segundo o empresário, o ex-presidente Lula teria mandado que ele destruísse documentos “da propina do caixa do PT”.

No depoimento, Léo Pinheiro confirmou que a customização do apartamento foi feita por solicitação de Lula e da ex-primeira dama Marisa Letícia. Os pedidos teriam sido feitos durante a visita que os dois fizeram junto com o empresário ao apartamento do edifício Solaris.

“Eu tive um encontro com o ex-presidente, em junho, tenho isso anotado na minha agenda, são vários encontros, onde o presidente textualmente me fez a seguinte pergunta: ‘Léo, o senhor fez algum pagamento a João Vaccari no exterior’?”, lembrou o empresário. “Eu disse: ‘Não, presidente, nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com Vaccari no Exterior’”, respondeu.

Segundo Léo Pinheiro, Lula teria perguntando em seguida como estaria o procedimento dos pagamentos para o PT. “Eu estou fazendo os pagamentos através de orientações do Vaccari de caixa 2, de doações de diversas que nós fizemos a diretórios e tal”, respondeu novamente. Lula teria feito mais uma pergunta ao empresário: “Você tem algum registro de algum encontro de contas feitas com João Vaccari com vocês? Se tiver, destrua”, teria indicado o ex-presidente.

O advogado de Lula, Cristiano Martins, negou as acusações. Segundo ele, o depoimento de Léo Pinheiro é uma mera afirmação de alguém que negociou a versão com o Ministério Público. “É uma afirmação incompatível com a realidade dos fatos. Até porque a OAS colocou o imóvel como garantia diversas vezes como sendo dela. O importante é que no dia 3 Lula vai estar aqui para mostrar a realidade dos fatos”, declarou.

O empresário Léo Pinheiro está negociando acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Durante a audiência, o advogado de Lula questionou o empresário várias vezes sobre os termos do acordo que está em andamento.

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