Estudantes espalham cartazes para denunciar professores machistas
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie recebeu uma intervenção com relatos de alunas sobre professores abusivos
Nesta terça-feira, dia 26, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo (SP), amanheceu em um clima bem diferente. Integrantes do Coletivo Feminista Zaha espalharam pelas paredes do prédio cartazes com declarações machistas feitas por professores do curso dentro da sala de aula.
Todas as frases reunidas na intervenção, sem citar nomes das vítimas ou dos agressores, foram denunciadas pelas estudantes e confirmadas por pelo menos duas testemunhas. “Reunimos relatos de meninas que se sentiram impotentes e não souberam reagir a agressões verbais por estarem sozinhas”, diz a publicação na página do Facebook do coletivo.
A aluna Lela Brandão, que é uma das fundadores do Coletivo Zaha, ressalta que o ambiente da FAU, composto predominantemente por docentes homens, já é tenso por si só. “Mulheres são maioria entre os estudantes, enquanto homens são maioria entre os professores”, afirma ela.
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O coletivo feminista foi criado em março deste ano após a polêmica envolvendo um professor denunciado por fazer apologia ao estupro nas aulas (relembre o caso aqui). Desde então, o grupo tem reunido as mulheres para conversar a respeito de abusos por parte dos docentes.
O Catraca Livre entrou em contato com a assessoria de imprensa do Mackenzie, que enviou uma declaração sobre o caso. Leia a nota na íntegra:
“O mural realizado pelos alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo demonstra sua preocupação com o tema e a importância da discussão sobre intolerância no Brasil hoje. No seio desta questão, a escola informa que está organizando um seminário sobre ‘Gênero e Preconceito’, que será realizado ainda no mês de maio.
O Mackenzie orgulha-se por formar cidadãos críticos e atuantes, que discutem os problemas do dia a dia da sociedade. Também respeita a liberdade de pensamento e o debate democrático, presente entre as milhares de pessoas que transitam todos os dias pelos seus campi”.
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Confira abaixo o post do coletivo: