Greve dos caminhoneiros: efeitos da paralisação nesta terça-feira

No 9º dia da greve dos caminhoneiros, desabastecimento de alimentos impacta falta de produtos nos supermercados
Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
No 9º dia da greve dos caminhoneiros, desabastecimento de alimentos impacta falta de produtos nos supermercados

A greve dos caminhoneiros chegou ao 9º dia nesta terça-feira, 29, com manifestações em ao menos 18 estados e no Distrito Federal. Em meio à crise do desabastecimento de combustível, alimentos, remédios e até gás de cozinha, algumas capitais apresentaram relativa melhora na questão do transporte público.

Em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraíba e no Distrito Federal, caminhões-tanque saíram das distribuidoras para abastecer postos de gasolina com escolta policial.

Apesar disso, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ressalta que o atual cenário ainda está longe do ideal e levará ao menos uma semana para retomar a normalidade.

SP e Rio em clima de feriado

Na manha desta terça-feira, 29, as ruas de São Paulo não registaram qualquer sinal de congestionamento – que varia entre 32 km e 56 km para o horário. Enquanto no Rio de Janeiro, que às 7h30 costuma ter 76 pontos de congestionamento, hoje registrou apenas nove. Na capital paulista, houve redução de 37% da frota do transporte público; na fluminense, a redução atingiu pouco mais da metade da frota, com 55% dos veículos fora de circulação.

De acordo com a Infraero, 9 dos 54 aeroportos administrados pela estatal estão sem combustível hoje. São eles:
Foz do Iguaçu(PR), Paulo Afonso(BA), Teresina(PI), Palmas(TO), João Pessoa(PB), Ilhéus(BA), Cuiabá(MT), Imperatriz(MA) EPetrolina(PE).

Segundo informações do G1, dos 286 voos programados até às 8h nos aeroportos administrados pela Infraero, 19 foram cancelados e 28 atrasaram.

Escolas e universidades

Diante do impasse nas negociações entre grevistas e governo federal, no Paraná, as aulas foram suspensas em colégios estaduais de 99 cidades e também nas universidades. Em Minas Gerais, escolas da rede pública e a UFMG permanecem fechadas.

No Sergipe, cerca de 160 mil alunos da rede estadual estão sem aula desde o início da semana. Além disso, o Instituto Federal de Sergipe (IFS) suspendeu as classes nos campi de Lagarto e Aracaju. Em Alagoas, cerca de 6 mil estudantes da rede municipal não foram para escola. No ensino superior, o Ifal interrompeu os cursos de cerca de 13.500 estudantes.

Saúde 

Em meio às notícias sobre escassez de remédios em alguns pontos do país, em Pernambuco, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) levou remédios para um centro de nefrologia em Caruaru, no interior do estado. Nos últimos dias, a clínica já tinha reduzido o tempo de hemodiálise dos pacientes.

Do outro lado do país, em Porto Alegre, 5 hospitais suspenderam as cirurgias eletivas. Metade do 269 hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul também suspendeu parte das atividades para priorizar os atendimentos de urgência.

Na Paraíba, o hospital de Mangabeira (Trauminha) anunciou a suspensão das refeições de acompanhantes e funcionários para atender exclusivamente os pacientes.

Alimentos 

Segundo informações da Associação Paulista, os comércios tem estoque para suportar cerca de 15 dias de paralisação.

Apesar disso, a partir desta semana, é possível notar a falta de carnes, frios, leite e derivados nos supermercados da cidade, além de frutas, verduras e legumes e produtos mais perecíveis. Os mercados menores são os que mais sofrem as consequências da greve. Onde ainda são encontrados, itens como cebola e batata chegam a custar o dobro

Ainda de acordo com o setor, será necessário de 10 a 20 dias para recuperar a normalidade do abastecimento.

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