Jovem é espancada e morre por defender adolescentes de assédio sexual
Tuğçe Albayrak ouviu os gritos de socorro de duas adolescentes que estavam sendo assediadas por um grupo de homens em Offenbach, cidade próxima de Frankfurt, na Alemanha. A jovem de 23 anos correu em direção ao banheiro de uma rede de fast-food onde estavam as meninas e conseguiu defendê-las dos abusos.
Pouco tempo depois, Albayrak foi brutalmente agredida no estacionamento do restaurante e recebeu um golpe na cabeça de um dos homens que confrontou. Ele usou um taco ou pedras, segundo a polícia alemã, e causou uma lesão cerebral tão grave que a jovem entrou em coma.
Mártir do machismo
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Na última sexta-feira os pais de Albayrak decidiram desligar as máquinas que a mantinham viva depois que médicos confirmaram sua morte cerebral. Centenas de pessoas faziam vigília no hospital onde ela estava internada e o caso causou grande comoção na Alemanha e no mundo.Uma petição que pede que Albayrak receba a uma homenagem póstuma de honra ao mérito já recebeu mais de 100 mil assinaturas.
A polícia prendeu um garoto de 18 anos identificado como Senel M. que teria confessado o crime.O vídeo abaixo mostra o momento da agressão. Nem os empurrões de outro rapaz que tentou impedir a ação e presença de diversas pessoas inibiram o agressor.
Abaixo a impunidade
Embora casos como esse intimidem ações de combate à violência contra a mulher, Tuğçe Albayrak virou uma heroína na Alemanha e está se tornando um exemplo de coragem contra o machismo.
No Brasil há um número específico para receber denúncias de crimes ou ameaças como essa,180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.
O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.