Judoca Rafaela Silva denuncia preconceito em abordagem no RJ
Primeira brasileira a se tornar campeã mundial de Judô, e destaque das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 com a medalha de ouro, a judoca Rafaela Silva volta a ser notícia na cidade onde se tornou uma lenda do esporte. Desta vez, no entanto, por uma questão que todos os dias faz vítimas no Brasil: o racismo.
Ao chegar na capital fluminense na tarde desta quinta-feira, 22, a atleta voltava para casa quando o táxi em que estava, na avenida Brasil, foi acompanhado por uma viatura. Em seguida, o carro recebeu ordem de parada e Rafaela abordada foi abordada pelos policiais. Confira o relato divulgado pela atleta no Twitter:
“Boa noite… Chegando hoje no Rio de Janeiro peguei um táxi para chegar em casa! No meio da Av. Brasil um carro da polícia passou ao lado do táxi onde eu estava. Os policiais não estavam com uma cara muito simpática, até então ok…
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Continuei mexendo no meu celular e sentada no táxi. Daqui a pouco, eles ligam a sirene… o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro.
Quando o taxista encostou, eles chamaram ele para um canto. Quando olhei na janela, outro policial armado me mandou sair de dentro do carro. Levantei e saí… Quando cheguei na calçada, ele olhou para minha cara e falou… trabalha onde?
Eu respondi… Não trabalho, sou atleta! Na mesma hora ele olhou para minha cara e falou… Você é aquela atleta da Olimpíada, né? Eu disse… sim, e ele perguntou… mora onde? Eu falei, em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa.
Na mesma hora o policial baixou a cabeça, entrou na viatura e foi embora! Quando entrei no carro novamente, o taxista falou que a polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado pra me pegar.
E o taxista respondeu… essa é aquela atleta de judô, peguei no aeroporto e o policial falou… ah tá! Achei que tinha pego na favela.
Isso tudo no meio da Av. Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu tentando chegar em casa.
Esse preconceito vai até aonde?”, relatou Rafaela Silva, no Twitter.