‘Livre de Abuso’: site ajuda vítimas de relacionamentos abusivos

O site “Livre de Abuso”, inspirado no projeto norte-americano “Love is respect”, oferece orientações e apoio às vítimas de relacionamentos abusivos. A página foi fundada no dia 6 de junho por Bruna de Lara, estudante de Comunicação Social da UFRJ, e hoje conta com a ajuda de mais seis colaboradoras, que traduzem artigos, dão assistência jurídica e atualizam as redes sociais.

Com o projeto, parentes e amigos de vítimas recebem orientações para intervir de maneira segura em casos de relacionamentos abusivos. O principal intuito da página é preencher o vácuo de informações objetivas sobre os tipos de abuso e conscientizar as pessoas em relação aos sinais de violência emocional, física ou sexual, para que elas consigam reconhecer essas situações e tomar atitudes.

“Houve um dia em que eu precisei fazer uma busca sobre relacionamentos abusivos, e a falta de resultados relevantes me assustou. Foram necessárias horas de busca para achar algum conteúdo e, ainda assim, a maior parte estava em inglês”, relata Bruna em entrevista ao Catraca Livre. Para quem procura ajuda, o projeto lista estratégias com o objetivo de auxiliar as pessoas que enfrentam abusos em casa, no trabalho ou na escola, independentemente do gênero ou orientação sexual.

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Por enquanto, o conteúdo do projeto é baseado no site americano “Love is respect”, com algumas exceções, como partes da editoria “Estatísticas”, que contém dados de pesquisas brasileiras e americanas, além dos relatos de vítimas desse tipo de relacionamento. No entanto, as colaboradoras planejam começar a produzir conteúdo próprio e focado, por exemplo, nas especificidades do abuso em relacionamentos entre LGBTQ e na questão do abuso como uma faceta da violência de gênero.

Sobre os problemas da mídia tradicional ao abordar casos de violência, Bruna afirma: “É notório que não há esforços reais para divulgar informações objetivas sobre as diversas formas de abuso em relacionamentos. As pesquisas, notícias e campanhas sobre violência doméstica no Brasil costumam estar focadas somente na questão da agressão física, enquanto as outras formas de abuso são tratadas como algo menor ou nem sequer são reconhecidas como abuso”.

A página também quer expandir sua atuação, aumentando o número de colaboradoras na área jurídica e procurando mulheres ligadas à psicologia para ajudar com a assistência às vítimas. As voluntárias do projeto deixam claro que a culpa pelos abusos nunca é da vítima e, caso você precise de auxílio ou conheça alguém que esteja nessa situação, procure as orientações no site ou na página do Facebook.