Mapa interativo do Google permite viajar pela Floresta Amazônica

'Eu sou Amazônia' foi criada dentro do Google Earth para monitorar áreas desmatadas e demarcações indígenas

17/07/2017 16:01 / Atualizado em 15/08/2017 19:03

Com o intuito de proporcionar uma realidade virtual que permita monitorar e conhecer as 580 terras indígenas demarcadas no Brasil, foi criada a plataforma “Eu sou Amazônia“. Integrada ao Google Earth, ferramenta de mapas e imagens de satélite, o atlas interativo traz 11 vídeos com a vivência de indígenas e quilombolas na floresta.

‘Eu sou Amazônia’ monitora áreas desmatadas e demarcações indígenas
‘Eu sou Amazônia’ monitora áreas desmatadas e demarcações indígenas

“O Google Maps é uma ferramenta para se achar e o Earth é uma ferramenta para se perder”, disse Rebecca Moore, diretora de engenharia do Google Earth, durante o lançamento da plataforma nesta terça-feira, 11.

O material, que é composto por vídeos, mapas, áudio e realidade virtual em 360° foi quase todo produzido pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e conecta internautas a maior floresta tropical do mundo para mostrar sua importância na regulação de mudanças climáticas, na produção de água, alimentos, remédios e, ainda, os desafios e ameaças que enfrenta.

Tudo começou há dez anos quando o Cacique Almir, da tribo Paiter Suruí, encontrou no Google Earth uma forma de proteger as tradições de seu povo e propôs uma parceria ao Google. Assim foi criado o Mapa Cultural dos Suruí: primeiro projeto liderado por indígenas no combate ao desmatamento. Depois disso, a companhia foi aprimorando a tecnologia necessária para mapear todas as áreas indígenas do país.

A cultura dos Yawanawá é marcada pelo empoderamento feminino
A cultura dos Yawanawá é marcada pelo empoderamento feminino

“Sem nós, a floresta não vai existir. Sem floresta, nós não vamos existir. Então nossa luta é para conscientizar o mundo, aquelas pessoas que não tem consciência sobre o futuro, sobre o que queremos e tentar ajudar dizendo: vamos juntos, vamos acreditar que somos protagonistas do nosso futuro, o futuro que nós queremos”, disse Almir Suruí.

Na plataforma ainda é possível conhecer a cultura dos Tembé e dos Paiter Suruí, que monitoram seus territórios de exploração ilegal e desmatamento, os Yawanawá, um povo que tem sua cultura marcada pelo empoderamento feminino, os quilombolas, que fugiram da escravidão e encontraram na Amazônia seu novo lar, e os Cinta Larga, que usam projetos de educação para proteger seu território.

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