MBL acusa PSDB de usar o mesmo truque proibido nas redes sociais

App fazia seguidores assinarem um "cheque em branco".

30/03/2018 11:04 / Atualizado em 31/03/2018 16:11

Denúncia: Geraldo Alckmin usa mesmo truque do MBL
Denúncia: Geraldo Alckmin usa mesmo truque do MBL

Para aumentar seu alcance nas redes sociais, o MBL usava um aplicativo chamado Voxter que lhe permitia usar as páginas de seus seguidores no Facebook – assim, ele podia livremente postar suas mensagens.

Na prática, é como se alguém assinasse um cheque em branco para usar sua página.

Em sua investigação sobre os esquemas digitais do MBL, agora a serviço do presidenciável Flávio Rocha, descobriu mensagens publicadas em massa em centenas de perfis. Diante dessa investigação do jornal, o Facebook desativou o aplicativo – o Facebook está realizando uma operação em escala mundial para tentar recuperar sua imagem, arranhada pelo uso inapropriado de dados.

“O aplicativo Voxer foi removido por ferir nossas políticas para desenvolvedores, que visam garantir a privacidade e proteger os dados das pessoas”, afirmou o Facebook ao GLOBO.

O MBL acusa o PSDB – mais precisamente Geraldo Alckimin – de usar o mesmo truque Segundo eles, ‘ outras organizações e personalidades políticas também fazem uso de aplicativos similares, como no caso do “Talkative”. A empresa promete “ampliar a voz na internet” e “criar boca-a-boca para melhorar resultados”.

Para cada usuário que aceita ceder seu perfil para fazer publicações automatizadas, a empresa cobra R$ 1,00. Dentre os usuários, estão apoiadores de Geraldo Alckmin. Em um mesmo dia, um deles fez mais de dez publicações com menção ao governador. Na identificação técnica, fica marcada que a publicação foi feita pelo aplicativo “Talkative”,  afirma o “Boletim da Liberdade”.

Marcello Natale, um dos sócios da Let’s Rocket, que desenvolve o app Voxer, usou seu perfil no Facebook para celebrar a pré-candidatura de Kataguiri.

Dono do app celebra candidatura de Kim Kataguiri
Dono do app celebra candidatura de Kim Kataguiri

Afirma a reportagem do O Globo:

“A primeira publicação foi compartilhada pelos seguidores no dia seguinte ao envio da mensagem pelo MBL. Às 14h28m do dia 16, o MBL publicou um vídeo de 56 segundos sobre jovens assassinadas. O vídeo faz referência ao assassinato da vereadora Marielle Franco e foi publicado horas antes de o MBL compartilhar o link do site Ceticismo Político, que foi o mais influente na campanha difamatória contra a parlamentar. No fim do vídeo compartilhado pelo MBL nos perfis de seus seguidores, o grupo exibe a imagem do deputado estadual Marcelo Freixo, do mesmo partido de Marielle, e diz: “Mas para alguns políticos apenas algumas vidas valem a pena.”

Leia aqui a reportagem