Michelle Obama emociona os EUA com discurso feminista e lacrador
Assista ao vídeo e confira a transcrição do discurso
A primeira-dama Michelle Obama fez um discurso poderoso nesta segunda-feira, dia 25, na Convenção Nacional Democrata, no qual apoiou a candidatura de Hillary Clinton para a presidência dos EUA, traçando um panorama sobre o que representa a chegada de uma mulher ao cargo. Depois do discurso, ela foi aplaudida de pé pelo público, que gritava: “Nós te amamos, Michelle”.
Durante a fala, a primeira-dama falou sobre como Hillary “não ficou com raiva ou desiludida” quando perdeu para Barack Obama há oito anos e defendeu a ideia de se tornar a primeira mulher presidente na história dos EUA.
“Eu acordo todas as manhãs em uma casa que foi construída por escravos e olho minhas filhas, duas lindas e inteligentes jovens negras, brincando com os cachorros no jardim da Casa Branca”, disse. “Por causa de Hillary, minhas filhas, e todos os nossos filhos e filhas, podem ter certeza que uma mulher pode ser presidente dos Estados Unidos”, completou.
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Michelle Obama também alfinetou as declarações racistas e sexistas de Donald Trump, candidato republicano. “Insistimos que a linguagem de ódio que ouvimos de figuras públicas não representa o verdadeiro espírito deste país. Quando alguém é cruel ou age como um valentão, você não deve se rebaixar a seu nível. Não, nosso lema é: quando eles se rebaixam, devemos nos elevar”, afirmou.
Assista ao vídeo do discurso:
https://youtu.be/OK-oWkVcnok
O site ‘BuzzFeed Brasil‘ publicou a transcrição completa do discurso. Confira um trecho:
“Obrigada a todos. Muito obrigada. Sabe, é difícil acreditar que já faz oito anos que cheguei a esta convenção para falar com vocês sobre por que eu achava que meu marido deveria ser presidente.
Vocês se lembram que eu falei sobre o seu caráter e suas convicções, sobre sua decência e bondade, justamente os traços que vimos todos os dias em que ele serviu nosso país na Casa Branca?
Eu também falei sobre as nossas filhas, que estão no fundo do nosso coração, que o centro do nosso mundo. E durante nosso tempo na Casa Branca, tivemos a alegria de vê-las crescerem e passarem de meninas arteiras para jovens mulheres equilibradas, uma jornada que começou logo depois que chegamos em Washington.
Nunca esquecerei aquela manhã de inverno, enquanto via as nossas filhas, com apenas sete e dez anos, subirem nos grandes SUVs pretos, com todos aqueles homens armados para irem à nova escola.
Eu vi seus pequenos rostos pressionados contra a janela, e a única coisa que eu conseguia pensar era, o que foi que nós fizemos?
Naquele momento, percebi que o nosso tempo na Casa Branca formaria a base daquilo que elas viriam a ser. E a forma como nós lidássemos com essa experiência poderia transformá-las em bons adultos ou prejudicá-las.
É nisso que Barack e eu pensamos todos os dias à medida em que tentamos guiar e proteger nossas filhas dos desafios desta vida incomum no centro das atenções, como as incentivamos a ignorar aqueles que questionam a cidadania ou a fé de seu pai. Como insistimos que o discurso de ódio que ouvem de figuras públicas na TV não representa o verdadeiro espírito deste país. Como explicamos que, ao ver alguém sendo cruel ou agindo como um valentão, você não deve se rebaixar ao seu nível. Não, o nosso lema é: quando eles se rebaixam, nós nos levantamos.
A cada palavra que proferimos, a cada ação que executamos, nós sabemos que as nossas filhas estão nos observando. Nós, como pais, somos seus modelos mais importantes. E deixe-me dizer uma coisa: Barack e eu usamos essa mesma abordagem para nossos trabalhos como presidente e primeira-dama, pois sabemos que nossas palavras e ações importam, não só para as nossas filhas, mas para as crianças em todo o país, aquelas que nos dizem: eu vi você na TV… eu escrevi um texto sobre você para um trabalho da escola.
Crianças como o pequeno menino negro que olhou para o meu marido, com os olhos arregalados e esperançosos e perguntou: o meu cabelo é como o seu?
E não cometam um erro sobre isso. Em novembro deste ano, quando formos às urnas, é isso que estamos decidindo, nada de democrata ou republicano, nada de esquerda ou direita. Não, esta eleição e cada eleição que é feita trata-se de quem terá o poder de moldar nossos filhos para os próximos quatro ou oito anos de suas vidas.
E eu estou aqui esta noite porque nesta eleição só há uma pessoa em quem eu confio essa responsabilidade, apenas uma pessoa que eu acredito que é realmente qualificada para ser presidente dos Estados Unidos, e esta é nossa amiga Hillary Clinton.
Ela é a escolha certa.
Confio em Hillary para liderar este país porque vi sua dedicação ao longo da vida com as crianças da nossa nação, e não apenas com a sua própria filha, que ela a educou com perfeição, mas com cada criança que precisa de um ídolo, crianças que pegam o caminho mais longo para a escola a fim de evitar as gangues, crianças que querem saber como irão pagar a faculdade, crianças cujos pais não falam uma palavra de Inglês, mas que têm o sonho de uma vida melhor, crianças que olham para nós para determinar quem e o que eles podem ser.”