Moradores do ES denunciam onda de violência após greve da PM

O presidente Michel Temer confirmou o envio das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública ao Espírito Santo

06/02/2017 11:37

A prefeitura de Vitória, no Espírito Santo, suspendeu o início do ano letivo na rede municipal e o funcionamento de todas as unidades de saúde nesta segunda-feira, dia 6, por causa da falta de policiamento e segurança nas ruas. Apenas os pronto-atendimentos da Praia do Suá e São Pedro estão funcionando.

A decisão ocorreu após os protestos de familiares e amigos de policiais militares, que realizam manifestações em ao menos 30 cidades desde a última sexta-feira, dia 3. Os manifestantes reivindicam reajuste salarial e chegaram a impedir a saída das viaturas para as ruas.

Nas redes sociais, moradores usaram as hashtags #ESpedesocorro#PrayForEspiritoSanto para publicar imagens e vídeos e relatar a onda de violência no estado.

Internautas compartilharam na internet fotos e relatos sobre a situação do estado
Internautas compartilharam na internet fotos e relatos sobre a situação do estado

As manifestações acontecem em toda a região metropolitana de Vitória, Guarapari, Linhares e Aracruz, Colatina e Piúma.

Os familiares pedem, além do reajuste salarial, o pagamento de auxílio-alimentação e adicional noturno e por periculosidade e insalubridade. Os manifestantes protestam no lugar dos policiais militares, que são proibidos pelo Código Penal Militar de fazer greve ou paralisação.

Nesta segunda, o presidente Michel Temer (PMDB) confirmou o envio das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública ao Espírito Santo após pedido de reforço pelo governo do estado capixaba.

Justiça diz ser ilegal greve da PM

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo afirmou nesta segunda-feira (6) que é ilegal a greve da Polícia Militar no Estado e determinou o fim do movimento, fixando multa diária de R$ 100 mil se as associações de PMs não cumprirem a ordem.

“Tenho como ilegal a deflagração do movimento grevista velado pelos militares, representados pelas associações requeridas, uma vez que paralisaram atividades essenciais à preservação da ordem pública e da paz social, sob a simples justificativa de que não poderiam deixar as unidades policias, uma vez que seus familiares e amigos realizam piquetes, impedindo a saída e entrada”, diz o desembargador Robson Luiz Albanez em sua decisão.

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, a capital capixaba teve 51 assassinatos desde o início da onda de violência na região, no sábado (4).

Só nesta segunda-feira (6), foram mais de 25 mortes contabilizadas pelo Departamento Médico-Legal. A comparação com o mês anterior dá dimensão do tamanho da crise: em janeiro, foram registrados quatro assassinatos em Vitória, e nos primeiros dias de fevereiro duas mortes.

Confira abaixo a repercussão da situação no Twitter e Facebook: