Mulher é morta a facadas pelo marido e enterrada no quintal
Veja como denunciar a violência contra a mulher
A cada 90 minutos, uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil, de acordo com um dossiê divulgado pela Agência Patrícia Galvão.
A professora e militante Sandra Oliveira, de 42 anos, entrou para as estatísticas de violência contra a mulher no último sábado, dia 28. Ela foi morta e enterrada no quintal de casa pelo próprio marido, Jefferson Amaral do Carvalho, em São Jorge dos Ilhéus, na Bahia. Após o crime, o homem jogou concreto sobre o local.
O caso foi denunciado pelos vizinhos, que desconfiaram do buraco coberto no quintal e chamaram a Polícia Militar. A vítima foi assassinada com golpes de faca no pescoço. De acordo com o Correio24horas, há relatos de que o casal brigava constantemente e que Jefferson agredia a mulher.
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A delegacia da cidade informou que a suspeita é de que ela tenha sido morta na noite de sexta-feira, dia 26, e enterrada na cova improvisada no sábado de madrugada.
O corpo de Sandra foi retirado da cova e levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Ilhéus. O acusado foi encaminhado para a 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Ilhéus) e confessou o crime. Jefferson Amaral vai responder por homicídio e ocultação de cadáver.
Sandra era formada em pedagogia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e professora da Escola Vila Verde, as duas instituições de Ilhéus.
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No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia, 180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.
O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.
- Um estupro a cada 11 minutos; cinco espancamentos a cada dois minutos; um feminicídio a cada 90 minutos, de acordo com dados da Agência Patrícia Galvão. Esta é a realidade da violência contra a mulher no Brasil. Diga NÃO ao machismo. Confira o dossiê na íntegra.