Nas ruas de SP, ator de Cidade de Deus chama Cracolândia de “pedacinho do inferno”
Bancado por empresário, Rubens Sabino embarca para Portugal onde começará uma nova vida como garçom
“Neguinho” é o nome do personagem de Rubens Sabino Silva no filme “Cidade de Deus”, de 2002, dirigido por Fernando Meirelles e aclamado pela crítica internacional. Treze anos depois, hoje aos 30, o ator voltou a chamar atenção da mídia não mais por alguma atuação no cinema, mas pelo papel que assumiu em sua própria vida, durante os últimos quatro anos em que vive nas ruas da Cracolândia, região central de São Paulo. “Um pedacinho do inferno”, como ele mesmo resumiu.
Viciado em crack, o ator foi descoberto durante a nova fase da Operação Braços Abertos, que desfez as moradias improvisadas erguidas na região e resultou no conflito entre policiais e usuários.
Com uma mochila e um passaporte em mãos, revelou ao repórter Alberto Gaspar, da TV Globo, planos para o futuro em Portugal. Lá, patrocinado por um empresário, apostará na empreitada de trabalhar como garçom.
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Sem fumar “pedra” desde o Carnaval, Rubens avalia que a maconha pode ser uma das alternativas contra a epidemia do crack que atingiu todo país.
Na entrevista comentou “”Eu acho que para acabar com isso aqui tinha que legalizar talvez a maconha. Por que eu acho que tinha que legalizar a maconha? Não tem como tratar essa galera daqui usuário como caso de polícia, caso de repressão e criminalização. Aqui é questão de saúde pública, questão de educação, de amadurecimento da sociedade”.
Com base no tema abordado, separamos alguns conteúdos voltados a dependentes químicos. Para saber mais, confira abaixo:
Pelo menos 28 milhões de pessoas no Brasil têm algum familiar que é dependente químico, segundo informações do Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A dependência química é uma doença crônica caracterizada pelo conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e filosóficos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância.
A dependência ser classificada de duas maneiras: substância psicoativa específica, como o álcool, o fumo ou a cocaína, ou a uma categoria de substâncias psicoativas, por exemplo substâncias opiáceas, derivada do ópio.
Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da doença, incluindo a quantidade e frequência de uso da substância, a condição de saúde do indivíduo e os fatores genéticos, psicossociais e ambientais.
Os sintomas variam desde o desejo incontrolável de usar a substância, perda de controle, até o aumento da tolerância – necessidade de doses maiores para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores.
É importante que o indivíduo com dependência química procure ajuda de profissionais da saúde quando a substância influência negativamente a saúde física do indivíduo.
Tratamento gratuito para dependentes
De todas as discussões e polêmicas que têm como origem o uso de drogas, talvez a mais delicada seja a dependência química. Os diversos casos de pessoas que passaram por seguidas internações e tipos de tratamento e ainda assim não conseguem resolver o problema atestam a gravidade da situação.
Para ajudar indivíduos e famílias que enfrentam a dependência, a Unifesp mantém o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad). Lá, é possível receber gratuitamente apoio multidisciplinar para lidar com a questão.
O Proad oferece atendimentos voltados a adultos, adolescentes e famílias, com uma equipe que conta com psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, entre outros profissionais especializados na dependência química. Os serviços podem ser utilizados por dependentes de qualquer droga, seja ilícita, como a cocaína e o crack, ou lícita, como álcool e remédios.
Os interessados em receber o tratamento devem passar por uma triagem no Proad, que fica na Rua Borges Lagoa, 570, em São Paulo. Os horários dependem do tipo de atendimento desejado.
Mais informações sobre os serviços oferecidos podem ser encontradas no site do Proad, ou pelo telefone (11) 5576-4990.