Nos EUA, violência policial gera onda de protestos; o que o Brasil tem a ver com isso?

05/12/2014 16:48 / Atualizado em 04/05/2020 16:39

Protestos em Fergunson contra a morte de Michael Brown
Protestos em Fergunson contra a morte de Michael Brown

Dois casos de violência policial desencadearam uma onda de protestos ao redor dos EUA. Eles levantaram o debate sobre racismo, brutalidade policial e impunidade no país.

Michael Brown foi assassinado por um policial com seis tiros  em frente a uma loja de conveniência em Ferguson, Missouri, em agosto.

Eric Garner foi abordado por vender cigarros na rua. Ele estava desarmado e foi asfixiado
Eric Garner foi abordado por vender cigarros na rua. Ele estava desarmado e foi asfixiado

Já Eric Garner foi imobilizado por um policial e morreu asfixiado em julho, em Staten Island, Nova York.

Nos dois casos, os homens assassinados eram negros e estavam desarmados. Ambos policiais foram absolvidos pela justiça.

Brasil versus EUA: 4 anos em 30 

No Brasil, casos recentes  também levantaram a questão da violência policial contra pessoas inocentes: O sumiço do pedreiro Amarildo, em 2013, no Rio de Janeiro; o assassinato do jovem Douglas, morto em uma abordagem policial na zona norte de São Paulo também em 2013; e a morte do dançarino DG, do programa Esquenta da Regina Casé em 2014, no Rio de Janeiro.

No total, entre 2009 e 2013, as polícias brasileiras mataram 11.197 pessoas – sendo que 77% deles são jovens e negros. Já a polícia dos Estados Unidos mataram 11.090 pessoas em 30 anos ( Dados do Fórum de Segurança Pública).

Autos de resistência

Os autos de resistência são um mecanismo utilizado desde a ditadura militar, na qual policiais escrevem nos autos do crime que houve resistência à prisão seguida de morte.

Diversas organizações, como o Mães de Maio, Uneafro, Educaafro, consideram que os autos de resistência são um mecanismo para encobrir os assassinatos cometidos por policiais, pois fazem com que os crimes não sejam investigados.

Entre 2010 e 2012, somente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, 2.882 assassinatos foram registrados como autos de resistência.

Abaixo-assinado

O Projeto de Lei 4471/2012 pede a extinção dos autos de resistência. Um abaixo-assinado online pede o fim da impunidade aos maus policiais que matam pessoas inocentes, pressionando os deputados federais á aprovarem o projeto.  Veja no box as propostas da lei.