NYT denuncia homofobia no Brasil, país mais perigoso para LGBTs
Com informações do Estadão
Artigo divulgado pelo jornal norte-americano The New York Times na última terça-feira, 5, afirma que o Brasil vive hoje uma epidemia de violência contra homossexuais que transformou o país no lugar mais perigoso do mundo para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
Cita que apesar da “imagem de uma sociedade tolerante e aberta”, as mais de 1,6 mil pessoas assassinadas pela homofobia nos últimos quatro anos e meio (média equivalente a uma morte por dia) não condiz com uma sociedade tolerante, sobretudo, por questões religiosas. Leia abaixo:
“O atacante cravou uma faca no pescoço de Gabriel Figueira Lima, de 21 anos, quando ele andava na rua de uma cidade da Amazônia duas semanas atrás. Fugiu em seguida na garupa de uma moto, deixando a vítima moribunda.
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Dias antes, no Estado nordestino da Bahia, dois professores muito queridos, Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira, também haviam sido mortos. Seus restos carbonizados foram encontrados no porta-malas de um carro incendiado.
No fim do mês passado, Wellington Júlio de Castro Mendonça, um tímido balconista de 24 anos, foi surrado e apedrejado até a morte numa cidade próxima ao Rio.
Mesmo num país que parece já estar acostumado ao crime, os brutais assassinatos chamaram a atenção, por serem as vítimas todas gays ou transgêneros. Nada foi roubado delas e até o início da semana a polícia não tinha suspeitos.
Enquanto os americanos ainda discutem exaltadamente como responder ao massacre do mês passado numa boate gay de Orlando, na Flórida, os brasileiros são confrontados com sua própria epidemia de violência antigay – que, segundo algumas estimativas, deu ao Brasil a ignóbil posição de país mais mortal para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
Perto de 1,6 mil pessoas foram mortas em crimes de ódio nos últimos quatro anos e meio segundo o Grupo Gay da Bahia, que faz a estatística das mortes com base no noticiário. Pelos levantamentos do grupo, um gay ou transgênero é morto quase todo dia no país de 200 milhões de habitantes. “E esses números são apenas uma fração da violência”, diz Eduardo Michels, responsável pelas pesquisas do Grupo Gay. De acordo com ele, é frequente a polícia omitir a motivação antigay ao fazer as estatísticas de homicídios”. Confira a matéria completa no site do jornal O Estado de S. Paulo.