O Outro Lado do Paraíso: Conselho repudia abordagem de pedofilia

Órgão de Psicologia diz que Laura não está passando por tratamento adequado ao seu trauma

06/02/2018 10:45

Vinicius (Flávio Tolezani) e Laura (Bella Piero) em “O Outro Lado do Paraíso”
Vinicius (Flávio Tolezani) e Laura (Bella Piero) em “O Outro Lado do Paraíso”

A TV Globo foi criticada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) por abordar o tema pedofilia na atual novela das 21h, “O Outro Lado do Paraíso”, de Walcyr Carrasco, de forma superficial.

O órgão publicou nota oficial, na última segunda-feira, 5, acusando a emissora carioca de “prestar um desserviço à população brasileira” ao tratar com “simplismo” o sofrimento psíquico da personagem Laura (Bella Piero) – vítima do abuso sexual na infância cometido pelo padrasto, Vinicius (Flávio Tolezani).

O CFP também repudiou o fato de que a novela não está abordando como deveria as formas de tratamento que a vítima precisa passar para se curar do trauma.

“[…] É consenso no Brasil de que pessoas com sofrimento mental, emocional e existencial intenso devem procurar atendimento psicológico com profissionais da Psicologia, pois são os que têm a habilitação adequada”, completou.

Há também quem reprove a ‘propaganda’ feita aos profissionais de coaching, visto que em algumas cenas de “O Outro Lado”, a personagem Adriana (Julia Dalavia) não sói aplica as técnicas em Laura, como também cita nomes de consultórios e profissionais da vida real.

“Saudamos como positiva a manifestação de diversos grupos e escolas de coaching […] O CFP faz um alerta à sociedade para que não se deixe iludir. As pessoas devem buscar terapias adequadas conduzidas por profissionais habilitadas para os cuidados com a saúde, particularmente a saúde mental”, finalizou.

Leia o comunicado na íntegra AQUI

Abuso infantil é crime. Saiba como denunciar caso de abuso infantil ou disque 100:

O serviço do Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é coordenado e executado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

Por meio do 100, o usuário pode denunciar violências contra crianças e adolescentes, colher informações acerca do paradeiro de crianças e adolescentes desaparecidos, tráfico de pessoas – independentemente da idade da vítima – e obter informações sobre os Conselhos Tutelares.

O serviço funciona diariamente de 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de defesa e responsabilização, conforme a competência, num prazo de 24h. A identidade do denunciante é mantida em absoluto sigilo. (As informações são da UNICEF).