Papa Francisco diz que separação é ‘inevitável’ em casos de violência doméstica

24/06/2015 15:43 / Atualizado em 04/05/2020 17:36

Nesta quarta-feira (24), o Papa Francisco anunciou que defende a separação de casais em alguns casos. Ele disse que, sobretudo quando há violência em um relacionamento, a separação torna-se “moralmente necessária”.

“Há casos em que a separação é inevitável, às vezes, moralmente necessária, para afastar os filhos da violência e da exploração e até da indiferença ou do isolamento”, afirmou o Papa em uma audiência geral na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Papa admite a necessidade da separação de casais em alguns casos
Papa admite a necessidade da separação de casais em alguns casos - Divulgação/Vaticano

Em fevereiro deste ano, o Papa já havia afirmado que quem decide se divorciar não deveria ser condenado.

“Quando o amor fracassa, e fracassa muitas vezes, devemos sentir a dor desse fracasso, acompanhar a pessoa que tenha sentido o fracasso de seu amor. Não devemos condená-los. É preciso caminhar com eles. Devemos ficar perto dos irmãos e irmãs que sofreram o fracasso do amor em suas vidas”, disse na época.

Veja como denunciar a violência doméstica

No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia,180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.

O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.

A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.

Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.