Amarildo e Claudia eram trabalhadores honestos, tinham família e jamais ofereceram qualquer tipo de risco à sociedade. Hoje, ambos estão mortos, assassinados pelas mãos da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Suas histórias ganharam as capas de jornais, destaque na tevê e renderam um grande debate por todo o país.

Passado o tempo, Amarildo e Claudia são realidade, reflexo e estatística de um país que mata, cala e reprime sob os olhos de uma lei que se veda. Em pesquisa divulgada pela Anistia Internacional nesta terça-feira, 13 de maio, 8 em cada 10 brasileiros assumem temer ser torturados pela polícia.

Charge em referência às chacinas ocorridas nas periferias de todo país.

Neste cenário de violência e insegurança, o Brasil assume um papel de destaque, liderando o ranking mundial no quesito abordado. A pesquisa, realizada em 21 países, ouviu 21 mil pessoas em todo o mundo.

A média global dá conta de que 44% das pessoas entrevistadas apresentaram receio de sofrer tortura em seu país de origem. Na sequência, México Turquia e Paquistão completam a lista dos países ameaçados.

A pesquisa integra parte da campanha mundial “Stop Torture”, cuja ideia é chamar a atenção dos governos e incentivar toda a sociedade contra os crescentes casos de abuso policial. Ainda de acordo com o relatório, casos de violência do estado ganharam força após as ondas de manifestações de junho do ano passado, em ações repressoras que resultaram na morte de civis e outros crimes.

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