Princesas da Disney tem menos falas que os homens em seus próprios filmes

“A Pequena Sereia”. Este é o nome do desenho da Disney. Perceba que há um artigo definido FEMININO em frente ao título. “A Pequena Sereia”. E apesar de a protagonista ser, obviamente, a princesa Ariel, os homens falam durante 68% do tempo em todos os episódios do desenho. Protagonismo em que sentido, né?!

Esse dado é fruto de um trabalho realizado pelas linguistas de dados Carmen Fought e Karen Eisenhauer, que encabeçaram um projeto para analisar todos os diálogos das princesas Disney e ver o que as animações ensinam sobre papel de gênero.

Os resultados são bem discrepantes daquilo que a gente imagina: os homens têm em média três vezes mais falas do que as personagens mulheres. Essa tendência começou em “A Pequena Sereia” (1989), e continuou nos anos 1990, com os homens falando 71% do tempo em “A Bela e a Fera” (1991), 76% do tempo em “Pocahontas” (1995) e 77% do tempo em “Mulan” (1998). Todas elas protagonizadas por uma… mulher!

A exceção fica para o filme “Valente”, de 2012, que representa uma quebra de paradigmas por colocar a mulher em um papel de protagonista como um todo. Nele, as personagens femininas têm 74% das falas.

Além disso, as pesquisadoras também descobriram que as personagens mulheres são normalmente cercadas por homens. Desde a Branca de Neve (1937), praticamente todos os filmes de princesas Disney tem um elenco majoritariamente do sexo masculino.

Para piorar a situação, os príncipes, vilões, e melhores amigos das personagem geralmente também são do sexo masculino, como, por exemplo, o Mushu em Mulan (1998), Olaf em Frozen (2013) e o Meeko em Pocahontas (1989).