Projeto de fotojornalismo lança série “Menores Invisíveis” e conta histórias de crianças das ruas de SP

Relatos anônimos de adolescentes ganham voz no projeto SP Invisível e enriquece debate sobre maioridade penal

23/04/2015 11:30 / Atualizado em 04/05/2020 17:13

Enquanto a questão da maioridade penal ganha os holofotes em uma campanha ensandecida que enxerga na cadeia a única solução para a violência no Brasil, um projeto de fotojornalismo independente saiu às ruas para descobrir quem são os “menores invisíveis” que vivem às custas da própria sorte na maior da cidade do país.

Do menino do malabares à limpadora de vidro no farol, a já conhecida página SP Invisível, dedicada ao registro de histórias de vidas  desconhecidas, ouviu os relatos de dez jovens cuja trajetória se confunde à rotina da capital paulista. A série apresentará os personagens até a sexta-feira, 1º de maio, às 23h.

“No mundão tem muita coisa ruim, ladrão atirando em polícia, polícia atirando em ladrão, ladrão matando inocente, polícia matando inocente. Meu nome é Robert, trabalho no farol de fim de semana e durante a semana vou pra escola”, trecho do depoimento publicado na última terça-feira, 21 de abril
“No mundão tem muita coisa ruim, ladrão atirando em polícia, polícia atirando em ladrão, ladrão matando inocente, polícia matando inocente. Meu nome é Robert, trabalho no farol de fim de semana e durante a semana vou pra escola”, trecho do depoimento publicado na última terça-feira, 21 de abril

A partir do testemunho de biografias anônimas, “Menores Invisíveis” reflete a maturidade de uma criança de rua aos 15 anos  em comparação a um jovem da mesma idade com lar e família.

18 para 16?

A experiência contribui, assim, para o debate sobre a redução da maioridade penal, aprovada recentemente pela CCJ na Câmara dos Deputados. “O que a série acrescenta pro debate, é isso, é o relato direto de gente que vive. Porque a gente não parou pra ouvir eles, a voz deles no debate, de quem vai viver, tá sendo terceirizada, tanto na defesa, é defendido por movimentos, por uma esquerda que defende eles, tanto pela direita que acusa, tão sendo incriminados por uma direita que não os ouvem, não convive com eles e nem com o que eles vivem”, ressalta Vinicius Lima, um dos organizadores da página.