Repórter pede respeito após ser surpreendida com beijo na boca
Nas redes sociais, Bruna Dealtry, do Esporte Interativo, repudiou assédio sofrido: "Hoje senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem"
Alvo constante do assédio no ambiente de trabalho, mais uma vez, uma jornalista mulher se tornou vítima do machismo que adoece a sociedade brasileira.
Durante cobertura do jogo entre Vasco e Universidade do Chile, pela Libertadores da América, na última terça-feira, 13, a repórter Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, foi surpreendida por um beijo na boca de um torcedor vascaíno.
Incomodada com o ataque, a jovem comentou ainda na transmissão: “Isso aqui não foi legal, né? Isso não precisava, mas aconteceu e vamos seguir o baile por aqui’.
- Separados, Phelipe Siani sai em defesa de Mari Palma após ataques
- Chamada de atriz pornô, repórter brasileira sofre assédio no Catar
- Torcedor do Flamengo é preso após beijar repórter ao vivo
- Chefe da Gazeta é acusada de orientar repórteres a trocar nudes por matérias
Repórter desabafou nas redes sociais
Horas depois, Bruna usou sua conta no Facebook para fazer um desabafo sobre o episódio, lamentando a naturalização do assédio vivido pelas mulheres no Brasil. “Hoje senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem em estádios, metrôs, ou até mesmo andando pelas ruas. Um beijo na boca, sem a minha permissão, enquanto eu exercia a minha profissão, que me deixou sem saber como agir e sem entender como alguém pode se sentir no direito de agir assim. Com certeza o cara não sabe o quanto ralei para estar ali. O quanto eu estudei e me esforcei para ter o prazer de poder contar histórias incríveis e estar em frente às câmeras mostrando tudo ao vivo”.
Bruna também ressaltou que nunca se importou com as dificuldades enfrentadas nos estádios, seja com “banho de cerveja” ou torcedor pulando em seu pé e sempre se orgulhou de ter uma boa relação com as torcidas e ser tratada com respeito.
“Sou mulher e mereço ser respeitada”
Apesar disso, chamou atenção para a mentalidade machista responsável pela violência contra as mulheres no Brasil. “Mas pelo simples fato de ser uma mulher no meio de uma torcida, nada disso teve valor para ele. Se achou no direito de fazer o que fez. Hoje, me sinto ainda mais triste pelo que aconteceu comigo e pelo que acontece diariamente co com muitas mulheres, mas sigo em frente como fiz ao vivo. Com a certeza que de cabeça erguida vamos conquistar o respeito que merecemos e que o cidadão que quis aparecer é quem deve se envergonhar do que fez. Sou repórter de futebol, sou mulher e mereço ser respeitada”, ressaltou.
Assista ao momento do assédio: