Resolver crise dos presídios custa R$ 10 bi, diz CNJ

Marcio Ramalho Diogo, líder do massacre no Amazonas, começou roubando 600 reais em um mercadinho. Ele tinha 21 anos quando foi condenado a sete anos e oito meses de prisão por ter roubado um pequeno estabelecimento em Manaus. Agora, o jovem que assaltava mercadinho é, aos 34 anos, um dos homens da cúpula da Família do Norte, facção que briga com o Primeiro Comando da Capital pelo controle do tráfico de drogas no Brasil.

Sua história expõe a precariedade, os inúmeros problemas relacionados ao atual sistema penitenciário brasileiro e uma sentença: os poderes competentes não conseguem promover a reintegração dos detentos à sociedade.

Números obtidos pelo jornal Estadão e apresentados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que, para acabar com o déficit atual de 250 mil vagas no sistema penitenciário nacional, seria necessário um investimento de pelo menos R$ 10 bilhões.

O CNJ estimou que cada nova vaga no sistema prisional custaria de R$ 40 mil a R$ 50 mil aos cofres públicos.

O CNJ estimou que cada nova vaga no sistema prisional custaria de R$ 40 mil a R$ 50 mil aos cofres públicos
Créditos: Getty Images/iStockphoto
O CNJ estimou que cada nova vaga no sistema prisional custaria de R$ 40 mil a R$ 50 mil aos cofres públicos

Entre os principais problemas do sistema prisional apontados pelo Conselho estão superlotação, déficit de gestão (número de agentes penitenciários insuficiente), a ausência de políticas de reintegração social (apenas 13% dos presos estudam e só 20% trabalham) e a mortalidade dentro dos presídios, com surtos de tuberculose, sarna, HIV, hepatite e sífilis entre os detentos.

Leia a reportagem na íntegra aqui.