Rússia causa polêmica com projeto de ‘tratamento’ para gays e trans

Com informações do BuzzFeed

O Ministério da Saúde da Rússia causou polêmica ao propor novas regras que determinam a criação de salas de exame de saúde dedicadas ao “tratamento” de pessoas com “transtornos de identidade de gênero”, “transtornos de orientação sexual” e pedofilia.

As recomendações fazem parte de uma série de alterações sobre o cuidado de pessoas com “transtornos mentais e comportamentais”, publicada na semana passada em um site do governo. Pelo portal, o ministério receberá comentários do público antes de colocar a regulamentação em vigor.

São muitos os casos de homofobia e transfobia na Rússia

De acordo com o projeto, a medida exigiria “salas de exame de sexologia” em hospitais psiquiátricos, onde os médicos atenderiam “pacientes com doenças relacionadas a problemas de identificação de gênero e desvios sexuais”. As instalações também seriam um lugar para “tratamento forçado”, determinado pela justiça, de pessoas acusadas por pedofilia.

Polêmica

As críticas surgiram pelo fato da proposta tratar identidade de gênero e orientação sexual como doenças. Identidade de gênero se refere a como os indivíduos se reconhecem dentro dos padrões de gênero estabelecidos socialmente e a orientação sexual indica por quais gêneros uma pessoa se sente atraída.

Já a pedofilia é uma doença classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Pedófilos são pessoas adultas (homens e mulheres) que têm preferência sexual por crianças – meninas ou meninos – do mesmo sexo ou de sexo diferente, geralmente pré-púberes (que ainda não atingiram a puberdade) ou no início da puberdade.

Confira a reportagem na íntegra (em inglês).

Homofobia e transfobia na Rússia

De acordo com uma pesquisa realizada pela organização independente russa Levada Center, o percentual de pessoas que desejam a exclusão da população LGBT no país aumentou após o fim da URSS:

– 37% acredita que a população LGBT deveria ser isolada da sociedade. O resultado de hoje registra um aumento de 28 % em relação a 1989.

– 21% afirma que a população LGBT deveria ser liquidada nos dias atuais.