Stealthing: o ato de tirar a camisinha sem consentimento no sexo
Prática gerou debate nos Estados Unidos sobre violência sexual
Stealthing é um termo em inglês que descreve quando um dos parceiros remove a camisinha durante a relação sexual sem o consentimento do outro. Essa prática, de tão frequente, tornou-se objeto de pesquisa nos Estados Unidos, segundo reportagem da BBC Brasil.
Um estudo publicado no periódico “Columbia Journal of Gender and Law” revelou que se trata de um “problema crescente” no país, e com maior incidência em casais heterossexuais.
“Entrevistas com vítimas indicam que a prática é comum entre jovens sexualmente ativos”, diz a autora da pesquisa, Alexandra Brodsky, no estudo.
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Ela diz ainda que “além do medo de resultados negativos específicos como gravidez e DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), todas as vítimas consideraram a remoção do preservativo sem seu consentimento como uma violação humilhante e desempoderadora do acordo sexual”.
No estudo, uma das vítimas descreveu a prática como um “quase estupro”. Outra chamou de “flagrante violação do que tínhamos concordado”.
A defensora pública Arlanza Maria Rodrigues Rebello, coordenadora do Nudem (Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, diz, no entanto, que não considera o stealthing estupro, mas “uma deslealdade do relacionamento”.
“O fato de tirar o preservativo sem a autorização da mulher, por si só, não significa que tenha ocorrido estupro porque não houve uso de violência ou ameaça para que a relação sexual fosse obtida. Seria uma deslealdade do relacionamento, como se a mulher, por exemplo, parasse de tomar pílula anticoncepcional e não avisasse ao parceiro”, explica. Leia a reportagem na íntegra aqui.