Tradicional colégio põe fim à obrigação de uniforme por gênero

Tradicional colégio particular do Rio de Janeiro anuncia fim da distinção do uniforme escolar por gênero

No Colégio Pedro II, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro, não existe mais distinção do uniforme escolar por gênero. Ou seja, se antes a escola definia seus uniformes por “masculino” ou “feminino”, agora o que vale é a nomenclatura “uniforme”. E a escolha da roupa é decidida pelos próprios alunos desde o último dia 14 de setembro.

Em entrevista ao Globo, o reitor da instituição justificou a decisão: “A novidade é que não se determina o que é uniforme masculino e o que é uniforme feminino, apenas são descritas as opções de uniforme do Colégio Pedro II. Propositalmente, deixa-se à critério da identidade de gênero de cada um a escolha do uniforme que lhe couber”.

Protesto realizado em 2014 lutava pelo direito de aluna trans usar saia

Por uma questão de gênero

Ainda de acordo com o reitor, a medida vale para garantir que os alunos não sofram imposição de gênero.
“Procuramos de alguma maneira contribuir para que não haja sofrimento desnecessário entre aqueles que se colocam com uma identidade de gênero diferente daquela que a sociedade determina”.

Segundo a própria instituição, a decisão foi tomada após um conjunto de mobilizações e discussões envolvendo alunos e docentes da escola.

O anúncio acontece dois anos após protestos de um grupo de alunos, do campus São Cristóvão, em apoio a uma colega transexual.
Na ocasião, a estudante, que usava o nome de registro e uniforme masculino, optou trocar as calças por uma saia durante o intervalo de aula e foi repreendida pela direção da escola. Como resposta, os colegas decidiram vestir saias em apoio à amiga trans.

Em resposta, o colégio alegou que o Código de Ética Discente não permitia que alunos do sexo masculino utilizassem o uniforme feminino.