Veja como trocar foto de perfil em apoio à legalização do aborto

Em referência ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, o coletivo feminista Juntas lançou um avatar que permite trocar a foto de perfil do Facebook para apoiar a luta pela legalização do aborto. Se você é a favor da causa, clique aqui e veja como participar.

Ao Catraca Livre, Sâmia Bomfim, de 26 anos, uma das fundadoras do coletivo, conta que o objetivo da ação é fortalecer a campanha pela legalização do aborto no Brasil. “A ideia teve início nas redes sociais, mas deve ocupar as ruas no dia 8 de março. Assim como nas grandes marchas do ‘Pílula fica, Cunha Sai #ForaCunha’, em 2015, podemos criar uma nova fase de manifestações feministas”, afirma.

A campanha tem repercutido pelas redes sociais

De acordo com a funcionária pública, a pauta da legalização do aborto é histórica, mas há momentos em que o assunto ganha mais destaque, como acontece atualmente. “Estamos no epicentro de uma grave crise de saúde pública, na qual a sociedade está bastante sensível com a epidemia do zika vírus e os casos de microcefalia”, relata Sâmia.

A ativista ressalta que, entre os debates que a epidemia abriu, estão o descaso com o qual o tema é tratado no país; as péssimas condições sanitárias para a população mais pobre e mais atingida pelo zika; a lógica da culpabilização das mulheres; e a legalização do aborto.

A pauta pela legalização do aborto no Brasil é histórica

“Há 1 milhão de abortos clandestinos por ano no país, mas o tema ainda é tratado com bastante hipocrisia. Ao mesmo tempo, as mulheres pobres estão condenadas a procedimentos inseguros, que causam uma morte a cada dois dias por causa do aborto clandestino”, diz Sâmia.

Em menos de três dias, cerca de 20 mil mulheres já apoiaram a campanha e alteraram a foto de perfil no Facebook. “Isso mostra que a pauta da legalização do aborto tem grande espaço na sociedade pois, apesar de ser tabu, muitas mulheres estão dispostas a expor publicamente sua posição”, finaliza ela.

Aborto no Brasil

De acordo com o artigo 124 do Código Penal Brasileiro, em vigor desde 1984, o aborto é considerado crime contra a vida humana. A pena prevista é de um a três anos para a gestante que o provocar ou consentir que outro o provoque, de um a quatro anos para quem provocá-lo em gestantes com seu consentimento e de três a dez anos para quem o provocar em gestantes sem o seu consentimento.

Apesar disso, a lei prevê brecha para três situações, como: casos de estupro, risco de morte da mãe e anencefalia do feto.