[Vídeo] Refugiada síria conduz tocha olímpica em Brasília

03/05/2016 13:02 / Atualizado em 09/05/2016 16:08

Com informações da ONU

A refugiada síria Hanan Daqqah, de 12 anos, foi uma das primeiras condutoras da tocha olímpica na manhã desta terça-feira, dia 3, em Brasília (DF). O momento foi registrado em vídeo e divulgado pelo Twitter da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR Brasil).

Hanan foi escolhida pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 a partir de uma sugestão da ACNUR no Brasil. Ela conduziu a tocha na Esplanada dos Ministérios, logo após a chama olímpica deixar o Palácio do Planalto às 10h.

A condução da tocha por uma menina refugiada representa um gesto simbólico de solidariedade aos refugiados que chegam diariamente no país. Atualmente, há cerca de 20 milhões de pessoas em situação de refúgio em todo o mundo.

A garota síria e sua família chegaram ao Brasil no ano passado
A garota síria e sua família chegaram ao Brasil no ano passado

Revezamento da tocha

A chama olímpica dos Jogos do Rio 2016 foi acesa no dia 21 de abril na cidade grega de Olímpia. No dia 26 de abril, o refugiado sírio Ibrahim Al-Hussein conduziu a chama no acampamento de Eleonas, em Atenas, Grécia.

No Brasil, o revezamento da tocha começou nesta terça-feira, dia 3, e vai se prolongar por cerca de 90 dias. A viagem termina com a cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos do Rio, no dia 5 de agosto, no Estádio Maracanã, onde a pira olímpica será acesa.

Guerra na Síria

Hanan Daqqah chegou ao Brasil em 2015 e vive com sua família em São Paulo. Ela mora em um apartamento no centro da cidade com seu pai, mãe, um irmão mais velho e uma irmã mais nova, juntamente com os tios e outros quatro primos. A garota estuda em uma escola pública próxima de sua casa, fala português fluentemente e tem vários amigos brasileiros.

A jovem e sua família viviam na cidade de Idlib, no nordeste da Síria. Com o início da guerra civil no país, sua cidade tornou-se um dos palcos do conflito, em meio a disputas de forças governamentais e grupos rebeldes. Sem segurança para permanecer na região, eles buscaram refúgio na Jordânia. Por lá, viveram dois anos e meio no campo de refugiados de Za’atari, onde o acesso à água e as demais condições eram difíceis.

A família decidiu deixar a Jordânia e chegou ao país por meio do programa de vistos especiais do Governo Federal, que facilita a entrada no país de pessoas afetadas pelo conflito na Síria. Cerca de 8 mil destes vistos especiais já foram emitidos pelas autoridades brasileiras.

A guerra na Síria já provocou mais de 4,8 milhões de refugiados, que vivem principalmente nos países vizinhos ao conflito. No Brasil, existem cerca de 8,7 mil refugiados reconhecidos pela legislação, sendo que mais de 2 mil são sírios.

Assista ao vídeo: