Zé do Caixão não se converteu, afirma igreja evangélica

Aos fãs do terror, calma: Zé do Caixão não está com os dias contados. Aliás, ele é eterno. Seu criador e intérprete, o cineasta José Mojica Marins, 80 anos, que se declara católico não praticante, tampouco se converteu à Igreja Adventista do Sétimo Dia.

O cineasta José Mojica Marins em culto evangélico

As fotos que têm circulado pelas mídias sociais de Mojica num culto evangélico são reais, mas não seu batismo. Segundo Lins Marins, filha de Mojica, o pai se casou há dois anos com Nilce, que é evangélica e frequenta a Igreja Adventista. Para acompanhá-la, ele vai a cultos e diz ser muito bem recebido.

“A história deles é muito bonita: tiveram uma relação há mais de 20 anos, se separaram, e ela esperou meu pai por todo esse tempo porque sempre foi apaixonada por ele. Há dois anos, se casaram. Por ser importante para ela, meu pai vai a alguns cultos. Se fosse qualquer outro casal, não seria estranho, mas por envolver o Mojica, vira um alarde”, afirma Lins.

José Mojica como seu personagem Zé do Caixão

E completa: “O Zé do Caixão não acredita nem em Deus nem no diabo. O Mojica nunca seguiu muito nenhuma religião”. Também cineasta, ela um longa-metragem com o pai que será lançado ainda neste semestre.

O assessor de imprensa da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América Latina, Felipe Lemos, confirma a história: “Mojica está indo a uma congregação adventista. Em alguns cultos, existe um apelo ao batismo, que funciona como um convite, em que é feita uma oração especial a quem se apresenta. Ele se apresentou e recebeu a oração, mas não houve batismo”.

“Não há interesse da nossa igreja em interferir na vida das pessoas”, afirma. “Ele será sempre bem-vindo, mesmo que seja só simpatizante, assim como qualquer pessoa. Ele pode estudar a Bíblia conosco e, eventualmente, ir modificando sua vida a partir disso, mas é um processo pessoal. Não estabelecemos pré-condições para receber as pessoas nem nenhuma igreja deveria dizer quem pode ou não frequentá-la.”

Assédio

Lins conta que Mojica já recebeu convites para se tornar evangélico: “Meu pai sempre significou um desafio às igrejas. Já até ofereceram dinheiro para ele se converter, pois o fato daria muita mídia e mostraria que eles o teriam tirado do mau caminho”.

Desta vez, no entanto, o cineasta tem ido aos cultos por conta própria, diz Lins, e tem comentado que todos são simpáticos a sua presença. “Ele encara tudo como troca de informação e conhecimento. Se um budista o convidar, ele também irá a um templo”, exemplifica a filha.

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