Guarda Civil pode ter armamento igual ao da Polícia Militar

Motivo da troca é dar aos guardas maior autonomia para deter o oponente com apenas um disparo

04/07/2017 17:03

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) pode passar a ter o mesmo armamento usado pelas Polícias Militar e Civil de São Paulo. O motivo principal é de que a arma usada pela PM tem um poder maior de deter o oponente com apenas um disparo. As informações são do “Estado de S. Paulo“.

Mudança de armamento depende de autorização do Exército
Mudança de armamento depende de autorização do Exército

“Ele (o tiro) para o agressor e não transfixa (atravessa), então não pega em inocente”,  disse o secretário de Segurança Urbana e coronel da PM, José Roberto Rodrigues de Oliveira. A gestão Doria (PSDB) deve pedir autorização ao Exército na próxima semana.

Os 6 mil guardas civis da cidade usam, atualmente, revólveres de calibre 38 ou pistolas 380, mas para o secretário, esses calibres não são mais adequados e a melhor arma é a de munição .40. A troca permite que a GCM receba armas doadas da PM.

A ideia de delegar armamento mais potente e ampliar a atividade dos GCMs divide opiniões pelo risco de que eles executem as mesmas funções da PM, mas o secretário relaciona essa preocupação apenas ao pequeno município. “Como a cidade é muito grande, você não tem essa relação aqui. A gente tem de entender que, infelizmente, tem bandido de sobra ainda”, ressaltou.

Entrevistado pela reportagem, o coronel reformado da PM e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente Filho, defendeu a troca alegando que se a guarda já está armada é importante pensar na eficiência dela. “Não quer dizer que o GCM vai ficar mais militarizado, mais guerreiro, por causa disso”, acrescentou, reforçando que a mudança precisa ser acompanhada por treinamento.

O sociólogo e ex-secretário de Segurança Pública de Guarulhos, Guaracy Mingardi, considera que a mudança vai incitar o confronto e que a GCM deve atuar apenas em policiamentos mais leves para complementar. “A prioridade deveria ser de achar o nicho institucional da GCM e evitar que tenha finalidade igual à da PM”, explicou.

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