Devido a descolamento da placenta, Eliana se afasta do trabalho
Aos cinco meses de gestação, a apresentadora Eliana divulgou ontem, dia 22 de maio, em seu Instagram, que, devido a um descolamento de placenta, precisará fazer repouso absoluto até o final da gestação.
“Preciso salvar minha filha de um parto muito prematuro. Tive um descolamento da placenta. Sei que não depende só da minha vontade e do meu esforço, mas farei o impossível para trazer o meu fruto da melhor maneira que Deus permitir”, escreveu ela.
De acordo com ela, a recomendação médica é de que ela permaneça em repouso absoluto. “Escrevo aqui na cama, sem poder levantar para nada, nada mesmo, lágrimas de dúvidas e medo escorrem pelo meu rosto. Mas tenho fé que em breve trarei boas notícias”.
Essa é a segunda gestação da apresentadora, que tem 43 anos. No post, Eliana escreve que o momento em que seu primeiro filho, Arthur, que completou 5 anos em agosto do ano passado, chega da escola tem sido a grande alegria de seus dias de cama.
“Arthur me ajuda muito nesse desafio. Ele está sempre comigo qdo volta da escola. Este é o melhor momento do meu dia, pois seu astral e alegria enchem meu coração de esperança”, escreveu.
Confira o post na íntegra:
Descolamento de placenta é indicativo para cesárea
No blog ESTUDA, MELANIA, ESTUDA! a médica-obstetra Melania Amorim apresenta uma lista com indicações reais para uma cesariana, e também uma lista de indicações que eventualmente as mães
REAIS
- Prolapso de cordão – com dilatação não completa;
- Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
- Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);
- Apresentação córmica (situação transversa) – durante o trabalho de parto (antes pode ser tentada a versão);
- Ruptura de vasa praevia;
- Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto (em algumas diretrizes, somente se for a primoinfecção herpética).
PODEM ACONTECER, PORÉM FREQUENTEMENTE SÃO DIAGNOSTICADAS DE FORMA EQUIVOCADA
- Desproporção cefalopélvica (DCP): o diagnóstico só é possível intraparto e não pode ser antecipado durante a gravidez. Em 1934 um obstetra (Barbour) já dizia que “o melhor pelvímetro é a cabeça fetal”, e é avaliando a progressão da cabeça fetal através do canal de parto na presença de contrações eficientes que pode ser aventada a suspeita de DCP;
- Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é “frequência cardíaca fetal não-tranquilizadora”, exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
- Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia): recentemente tanto autores como diretrizes concordam que os critérios devem ser mais elásticos. O próprio uso de ocitocina e a amniotomia não têm efetividade comprovada quando comparados com a conduta expectante;
Pela grande variação do que é fisiológico, considera-se que não é necessário intervir para apressar um parto, independente de sua duração, quando mãe e bebê estão bem.
Nota: o uso do partograma de Friedman é altamente questionável. A curva de evolução do trabalho de parto tem grande variação, recomendando-se atualmente considerar como parâmetro as curvas de Zhang (2010), com percentis, considerando a paridade. Outras curvas em outras populações estão sendo estudadas.
SITUAÇÕES ESPECIAIS EM QUE A CONDUTA DEVE SER INDIVIDUALIZADA, CONSIDERANDO-SE AS PECULIARIDADES DE CADA CASO E AS EXPECTATIVAS DA GESTANTE, APÓS INFORMAÇÃO
- Apresentação pélvica (recomenda-se oferecer versão cefálica externa depois de 36 semanas mas se não for bem sucedida ou não for aceita pela gestante, discutir riscos e benefícios: o parto pélvico só deve ser tentado com equipe experiente e se for essa a decisão da gestante);
- Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura uterina – variando de 0,5% – 1% – deve ser pesado contra os riscos de se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia); as diretrizes mais recentes não discriminam entre uma ou duas cesáreas para quem quer tentar um VBAC (Vaginal Birth After Cesarean = Parto Vaginal Após Cesárea);
- hiv/aids (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.
Algumas desculpas referidas pelas gestantes e/ou utilizadas pelos profissionais para indicar uma “DESNEcesárea” (em ordem alfabética)
- Abdominoplastia prévia
- Aceleração dos batimentos fetais
- Anemia falciforme
- Ameaça de parto prematuro (?)
- Anemia ferropriva
- Anemia de qualquer tipo (entendam, gestantes, a cesariana vai agravar a anemia, uma vez que a perda sanguínea é cerca de 500ml no parto normal e 1.000ml na cesariana)
- Anencefalia
- Anticoagulação (uso de warfarin que já deveria estar suspenso a termo, uso de heparina de baixo peso molecular, uso de heparina convencional)
- Artéria umbilical única
- Asma
- Acidente Vascular Cerebral (AVC) prévia
- Bacia “muito estreita”
- Baixa estatura materna
- Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
- Barriga “sarada”, porque a musculatura pode prejudicar o trabalho de parto
- Bebê alto, não encaixado antes do início do trabalho de parto
- Bebê profundamente encaixado
- Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
- Bebê “grande demais” (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4 ou 4,5kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
- Bebê “pequeno demais”
- Bebê engolindo o líquido amniótico
- Bebê flagrado apertando o cordão durante a ultrassonografia, o que aparentemente levou a bradicardia
- Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
- Calcificação da sínfise púbica (alegando-se que ocorreria em TODAS as mulheres com mais de 35 anos, impedindo o parto normal)
- Candidíase
- Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
- Cegueira materna
- Ceratocone
- Cesárea anterior
- Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
- Circlagem cervical
- Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
- Cirurgia gastrointestinal prévia
- Colestase gravídica
- Coleta de sangue do cordão umbilical para congelamento e preservação de células-tronco
- Colo grosso, colo posterior, colo duro, colo alto e (paradoxalmente) colo curto
- Colostomia (sim, porque é melhor fazer uma incisão abdominal perto do estoma com fezes do que um parto normal bem distante da área…)
- Conização prévia do colo uterino
- Condilomas (verrugas genitais) que não provocam obstrução do canal de parto.
- Constipação (prisão de ventre)
- Cordão curto (impossível a mensuração antes do nascimento)
- Cálculo renal (nefrolitíase)
- Diabetes mellitus clínico ou gestacional
- Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto e antes da dilatação de 8 a 10 cm
- Disfunção da sínfise púbica
- Dorso à direita, dorso posterior, ou dorso em qualquer outro lugar
- Edema de membros inferiores/edema generalizado
- Eletrocauterização prévia do colo uterino
- Endometriose em qualquer grau e localização
- Enxaqueca materna
- Epilepsia e uso de qualquer droga antiepiléptica
- Escoliose
- Espondilite anquilosante – Qualquer espondiloartropatia
- Estreptococo do Grupo B (EGB) no rastreamento com cultura anovaginal entre 35-37 semanas
- Exérese prévia de pólipos intestinais por colonoscopia
- Falta de dilatação antes do trabalho de parto
- Falta de vagas nos hospitais se a gestante não marcar a cesárea
- Feto com “unhas compridas”
- Feto morto
- Fibromialgia
- Fratura de cóccix em algum momento da vida
- Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
- Gengivite
- Gestação gemelar com os dois conceptos, ou o primeiro, em apresentação cefálica
- Gestante saudável demais, correndo o risco de ter um parto fácil e muito rápido, podendo parir antes de chegar ao hospital, com risco de morte do bebê
- Glaucoma
- Gravidez não desejada
- Gravidez prolongada
- Grumos no líquido amniótico
- Hemorroidas
- Hepatite B e Hepatite C
- Hérnia de disco, operada ou não, em qualquer segmento da coluna vertebral
- Hérnia inguinal, hérnia incisional e hérnia umbilical
- Hiperprolactinemia
- Hipertireoidismo
- Hipotireoidismo
- História de cesárea na família
- História de câncer de mama ou câncer de mama na gravidez
- História de depressão pós-parto
- História de natimorto ou óbito neonatal em gravidez anterior
- História de trombose venosa profunda
- História familiar de fibrose cística do pâncreas
- HPV com ou sem NIC
- Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos. Há pouco tempo a fisioterapeuta que faz parte de nossa equipe foi considerada “idosa”por um médico plantonista que se espantou com seus 32 anos e insistiu que ela era “idosa para parir”.
- Incisura nas artérias uterinas (pesquisada inutilmente, uma vez que não se deve realizar Doplervelocimetria em uma gravidez normal)
- Incontinência urinária de esforço ou estar fazendo muito xixi no final da gravidez
- Infecção urinária
- Inseminação artificial, FIV, qualquer procedimento de fertilização assistida (pela ideia de que bebês “superdesejados” teriam melhor prognóstico com a cesárea) – motivo pelo qual esses bebês aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal
- Insuficiência istmocervical (paradoxalmente, mulheres que têm partos muito fáceis são submetidas a cesarianas eletivas com 37 semanas SEM retirada dos pontos da circlagem)
- Insuficiência Renal Aguda ou Crônica
- Jogo do Atlético x Cruzeiro (mas pode substituir por Flamengo x Fluminense, Grêmio x Internacional ou qualquer clássico de sua cidade), afetando o tráfego urbano
- Laparotomia prévia
- Lesão medular (habitualmente acarretando paralisia: tetraplegia, paraplegia, hemiplegia, diplegia, dependendo do nível da lesão): essas mulheres em geral são cadeirantes e podem ter partos sem dor, mas o diagnóstico não é indicação de cesárea!
- Líquido amniótico em excesso
- Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
- Magreza da mãe
- Malformação cardíaca fetal
- Mecônio no líquido amniótico (só indica cesariana se houver associação com padrões anômalos de frequência cardíaca fetal, sugerindo sofrimento fetal) – e só descoberto quando se rompe a bolsa, não vale “achado ultrassonográfico”!
- Mioma uterino (exceto se funcionar como tumor prévio)
- Miscigenação racial (dito assim mesmo), devido ao “elevado risco” de desproporção céfalo-pélvica
- Mola hidatiforme em gestação anterior
- Neoplasia intraepitelial cervical (NIC)
- Nó verdadeiro de cordão (impossível o diagnóstico antenatal, sorry)
- Obesidade materna
- Paciente “não tem perfil para parto normal”
- Paciente “não ajuda para o parto normal” (momento vidente ON: “no fundo ela quer cesárea”)
- Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma, mas a recomendação corrente é que não há motivo para intervir se mãe e bebê estão bem. Na curva de Zhang o percentil 95 é de 3,6 horas para primíparas e 2,8 horas para multíparas.
- “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
- Perineoplastia anterior
- Pé (do feto) nas costelas
- Pé torto congênito
- Placenta grau III ou II ou I ou qualquer outra classificação placentária
- Placentas baixas não oclusivas do colo do útero
- Plaquetopenia
- Pólipos uterinos
- Possível falta de vaga em maternidade para um parto normal, caso a gestante não marque a cesárea
- Pouco líquido no exame ultrassonográfico (sem indicação no final da gravidez em gestantes normais)
- Praticar musculação ou ser atleta
- Pressão alta
- Pressão baixa
- Problemas oftalmológicos, incluindo miopia, grande miopia, ceratocone e descolamento da retina
- Prolapso de valva mitral
- Prótese total de quadril
- Prurido gestacional
- Qualquer malformação fetal incompatível com a vida
- Qualquer procedimento cirúrgico durante a gravidez
- Queloide ou tendência a queloide podendo complicar uma episiotomia (e a cesárea não? E para que fazer episiotomia?)
- Reação vasovagal
- Sedentarismo
- Septo uterino/cirurgia prévia para ressecção de septo por via histeroscópica
- Sono fetal (bebê que dorme durante o trabalho de parto)
- Suspeita ecográfica de mecônio no líquido amniótico
- Síndrome de Down e qualquer outra cromossomopatia
- Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
- Tabagismo
- Trabalho de parto prematuro
- Trânsito urbano muito intenso
- Tricomoníase
- Trombofilias
- Trombose venosa profunda
- Varizes uterinas
- . Varizes em membros inferiores
- Varizes na vulva
- Uso de antidepressivos ou antipsicóticos
- Uso de aspirina e outros antiagregantes plaquetários (ex.: clopidogrel)
- Uso de drogas ilícitas (maconha, crack, cocaína, ecstasy, lembrando que a drogadição requer tratamento e não uma cesariana)
- Útero bicorno
- Útero retrovertido
- Vaginose bacteriana
- Varizes na vulva e/ou vagina
- Zika vírus: infecção presente ou passada e não, não foi apenas para terminar a lista de A-Z, são casos reais!